quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Catfish




Andávamos em plenos anos 90 quando  a existência do facebook estava a léguas de distância e a maioria dos putos ( eu incluída) não tínhamos internet em casa. Era um autêntico luxo na altura, ou talvez mesmo uma excentricidade. Se queríamos ir à internet à borla, íamos à biblioteca da escola ou à municipal que estavam sempre lotadas, não com alunos para estudar ou a requisitar livros, mas para tentar a sorte e ir à internet num dos 2 computadores disponíveis. Quando conseguíamos ter a sorte de aceder ao computador, íamos ao chats ( MIRC) falávamos com gente com “ nick" e em códigos como ddtc ( de onde teclas) e outras parvoíces que não me lembro.

Na altura, sabíamos que os putos que passavam a vida na internet eram nerds e com uma probabilidade baixíssima de serem giros. Putos giros, estavam a jogar basket federado, futebol, faziam surf ou body board, gostavam de motas e de coisas mais radicais. Por isso, não era com muita desilusão que ficávamos a saber que o Ripcurl que andava a dar o engate à Joaninha82, afinal era o totó lá da turma que devia ter tanto sucesso com as miúdas como o Nuno Markl nos tempos de escola.

Passados uns anos valentes, com a democratização da internet, estas salas de MIRC parecem-nos uma coisa do outro mundo, completamente ultrapassadas. Hoje, tem-se a ilusão que por vermos o nome, a fotografia da pessoa, filmes e os amigos dela, ela passa a ser mais real. Mas será mesmo? O documentário Catfish é a história real de Nev um jovem de 22 e da sua história de amor pela internet. Ele era fotógrafo profissional, uma dia publicou uma fotografia num jornal e foi contactado por uma criança de 8 anos que lhe enviou uma mensagem a dizer que tinha gostado muito da foto e se lhe podia mandar um desenho. A partir daí, “conheceu”a mãe da miúda de 8 anos e chegou até Megan irmã da miúda que era uma rapariga linda, super interessante e bailarina de ballet. Até que, após meses de conversa, filmes, mensagens trocadas, decide ir conhecer pessoalmente Megan. Alguém imagina o que ele foi encontrar? Uma gaja boa, está claro! Pois...



* Não havia Megan, as fotografias eram roubadas de outro sítio qualquer, não havia amigos da Megan. Quem se fazia passar por Megan era uma dona de casa com 40 anos, com dois filhos de 19 anos com paralisia cerebral a seu cargo. Decidiu, por sua própria iniciativa, criar uma personagem, amigos, videos, tudo! As imagens enganam...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Uma coisa extremamente relevante

A senhora Merkel está agora a chegar a S. Julião da Barra para um almoço de trabalho com o nosso PM. O que é que ela irá almoçar? Não acredito que aquele corpito vá lá só com uma saladinha.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Os indignados

Chego à conclusão que Portugal é um país de indignados, mas muitas vezes pelos motivos errados. Estou estupefacta com o que passa nas redes sociais por causa do que a Isabel Jonet disse na SIC notícias. Fazer uma petição a pedir a demissão da Isabel Jonet causa-me repulsa e faz-me sentir vergonha do país que temos. Há uma parte da sociedade portuguesa que cada vez que ecoa qualquer coisa sobre contenção de despesas e viver mais “ pobremente” salta à tampa e vem para cá fora reminiscências do passado histórico português do tempo do salazarismo. Essa ferida, parece que não fechou e ainda está por sarar na sociedade Portuguesa e que se comporta com premiscuidade em relação ao consumo. Outra parte da sociedade, vive alheada da sociedade e acha que o problema nunca é deles, é do governo! E também acha que a solução nunca passa também por eles, como se distanciassem e vivessem numa realidade paralela. Desde que a crise não lhes chegue aos bolsos e dê para uma imperiais e uns tremoços, “ tá-se bem!”.

Nós Portugueses vivemos durante muito anos a viver à ricos e todos, compactuámos com isso. Cresci num país num país com tiques de rico, numa sociedade em que parecia mal levar sandes para a escola, levar o almoço para o trabalho, andar de transportes públicos, não fazer férias anualmente no Algarve, não ter carro e casa própria. Num país que muitas famílias contraíram créditos para pagar telemóveis, computadores, férias às caraíbas ou viagens de finalistas aos filhos.

Quando vem a Isabel Jonet pôr o dedo na ferida e dizer que temos que “ empobrecer muito” acusam-na de ser rica e de não saber o que é a pobreza. Pois, o que sabe ela? Sabe muito mais do que a maioria de nós, conhece a realidade de perto e decidiu dar a sua vida a uma causa. Ela, que podia ter tido um futuro à frente de uma grande empresa e com um ordenado milionário, ou então ter decidido ter passado a sua vida entre chás, jogos de bridge com as amigas e tardes de spa e personal trainer. Não, decidiu estar voluntariamente, e sem qualquer tipo de remuneração, no Banco Alimentar, para agora, ainda por cima, levar uma cambada de ingratos que amua ao primeiro puxão de orelhas.  Chateia-me gentinha que ache que para saber o que é a dor tem que ser serrado ao meio, para saber o que é o pobreza tem que viver com uma lata de sardinhas a dividir por sete. Se alguém ousa dizer alguma coisa, levam a mal e acham que não tem moralidade.

São precisamente esses indignados que nunca precisaram do Banco Alimentar que se multiplicaram em petições anedóticas e mostrar o "civismo" que têm. Por essas e por outras, é que dizer meia dúzia de verdades em Portugal, custa caro. Custa eleições, impopularidade e chacota pública. A todos os que a criticaram a Isabel Jonet, só tenho mais isto para dizer, a sério, deixem-se de merdas!


Coisas de mãe #3

Oferecem-lhe brinquedos sofisticados, didácticos, de marca, para desenvolver as criancinhas. Coisas bonitas, bem encaixotadas, com muitas cores e formas. Brinquedos que aos olhos dos adultos são muito inteligentes e fazem todo o sentido... O que ele mais gosta? Atacadores, embalagem das toalhitas e solas de sapatos. Vai tudo para a boca que é uma beleza.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Obama, encore

Há quatro anos atrás o mundo vibrava com as eleições americanas principalmente porque não era um candidato que se apresentava à América, era uma espécie de Super homem que encarnava em candidato que se apresentava ao mundo. O “ yes, we can” entrou no ouvido do mundo inteiro e uma euforia tomou conta dos Americanos e do mundo . Naquela altura, a esperança renascia e o céu parecia limite. Obama tinha vencido Hilary Clinton e era o candidato democrata à Casa Branca. Enquanto Hillary era a personificação perfeita do establishment, Obama, era a mudança e a encarnação do sonho americano e um Luther king renascido.

Seria possível a América ter um Presidente negro, pela primeira vez na sua história? Sim, teve! Obama ganhou as eleições de 2008 face ao Republicano Jonh Mccain e no mundo corria uma onda de euforia. Obama era não só o Presidente da América, mas um Presidente do “ mundo”. Em 2009, ainda sem obra feita, acabou por ganhar o Nobel da Paz com a promessa de diplomacia entre os povos. O mundo vibrava com a esperança num Presidente com os olhos postos no mundo e com uma visão humanista. Contudo, das ideias à prática, vai um pulinho e Obama ainda não conseguiu ainda resolver todos os problemas que se propõs e Guantanamo é um deles.

Quatro anos passaram e muito ficou por fazer. Obama conseguiu o fim da guerra no Iraque, aprovar o Programa nacional de saúde, o plano de retirada do Iraque e a captura e morte de Bin Laden, que era “cabeça de cartaz” e era uma das suas promessas eleitorais. O que Obama não alcançou foi a resolução do problema de uma economia com fragilidades, o problema imobiliário e principalmente, o gravíssimo problema de desemprego e consequentemente a pobreza que muitos americanos ainda enfrentam. Ele, foi dos poucos Presidentes americanos, até hoje, a ganhar uma eleição, com um nível de desemprego tão alto, principalmente para os padrões americanos.

Diz a história, que quando a economia está mal e há crise, o Presidente muda. Ontem o país foi a votos e, apesar de até a última, todas as estatísticas darem um empate técnico, a verdade é que Obama ganhou. Neste caso, verificamos uma resistência a essa “regra”, ou porque o Romney é demasiado fraco e não é visto realmente como uma solução possível, ou então porque ainda há esperança em Obama e os Americanos ainda estão à espera que salte da manga do Obama um super poder. Claramente Obama tem o factor X que falta a Romney.

 Apesar da vitória, o resultado das eleições é um espelho da realidade americana dividida socialmente. Verifica-se uma uma divisão social claríssima entre os apoiantes de Romney, claramente mais velhos, brancos e da ala mais conservadora e os de Obama que são maioritariamente os negros, latinos, hispânicos, os jovens e as mulheres. Obama, levou a melhor com uma vitória inequívoca e tornou-se o 40º Presidente da História da América. Quanto a Romney ficou, desta vez, a ver aviões... pode ser que entenda, de uma vez por todas, porque não abrem as janelas.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Coisas de mãe #2

Tomem um banho demorado, passem creme pelo corpo, coloquem aquele perfume especial. Sequem o cabelo vagarosamente, ponham sérum para ficar brilhante, coloquem aquela roupa fashion que tem guardada e uns brincos giros. Vão lá buscar ao armário aquela carteira tchrã que têm guardada no saco de pano. Maquilhem-se com cuidado e com os pincéis certos. Pois nesse dia, o vosso filho vai vos vomitar em cima.