quarta-feira, 16 de julho de 2008

O orgasmo dos insignificantes poderes


Todos os putos quando são pequenos sonham com um pai polícia.


Aliás não há conversa de sala da primária em que se fale de profissões e não venha a conversa do polícia à baila.... " Ai o teu pai é bancário? Ai o meu é polícia e prende e mata os maus todos e até pode matar o teu pai se quiser!" ( cai de imediato um silêncio profundo na sala) e pronto... arruma-se logo ali uma conversa....A não ser que o outro puto responda "E o meu pai é o chefe dos polícias, ah ah ah"

Por isso, eu morria de inveja de não ter um pai polícia que tivesse farda, algemas e pistola. Mas acima de tudo porque ter um pai polícia significava o " respeito" de toda a sala e " ganhar" nas discussões das profissões! E isso para uma criança é importante!

Claro que o polícia que a criança fala não é o gordo do pai que mal corre e que tem mais parecenças com o Homer Simpson do que com o schwarzenegger. Fala da imagem do polícia implacável que faz a vida negra aos infractores da Lei. E as crianças têm essa capacidade e que é boa, de terem uma imagem um pouco distorcida dos pais... ( O pai é sempre o nosso herói! Sempre!).

Há uma profissão que é composta pelas crianças do passado que levaram demasiado a sério essa história de ter um pai polícia ( e que nunca tiveram). A vingança foi tornarem-se porteiros de discotecas ou seguranças privados.

Comecemos pelos porteiros da discoteca. Estes têm o " poder" de negar a entrada numa determinada discoteca simplesmente porque não foram com a cara de alguém. E isto é claramente uma reminiscência do passado, que tem a ver com o poder do " pai polícia".

Mas assim como têm o poder de negar a entrada, tem também o poder criar um bando forte que não se coíbe de mandar toda a graxa possível ao porteiro, desde palmadas nas costas como se os conhecessem há anos. Percebo bem mais a ideia de graxa ao polícia para perdoar uma multa do que a ideia da graxa ao porteiro, SÓ para entrar numa discoteca.

O Segurança de edifícios também é dos tais que não foi para polícia porque não conseguiu mas ficou sempre com aqueles maneirismos de bófia... o sonho de qualquer segurança que leva a sua profissão demasiado a sério é demonstrar que com ele ninguém brinca... e que bem pode vir um " dótor" a querer entrar no edifício, que se não tiver identificação não entra. Pouco interessa se trabalha lá há 10 anos e todos o conhecem... nah nah... por isso com o segurança é melhor andar nas palminhas ou ainda acaba despedido com faltas injustificadas.

Por tudo isso, a questão em causa é o "poder" que é muito mais do que os 600 euros no bolso todos os meses. A acrescentar a profissão de polícia que amedronta as criancinhas do jardim escola, junte-se lhe o Segurança e Porteiro.

É o sindroma da chave da "retrete"....se queres ver como manda um parvo, dá-lhe a chave da casa de banho!!!

2 comentários:

Joana disse...

Há pessoas que abusam desse poder que muitas vezes não o têm.
Quem é o homem com grande barriga que corre menos que um miúdo de 4 anos com um bigodinho estúpido que impõe respeito?
eu acho que nenhum

Anónimo disse...

Olha o meu não ganha 600, ganha 1000!