quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O casamento e a dúvida semântica

Hoje em dia a política tem cada vez menos a ver com os reais problemas das pessoas e é cada vez mais um “ reality Show”. Se a população em geral, está cada vez mais afastada da política é porque esta é vista como arena bigshow sic com um macaco Adriano no meio e clones de João Baião aos pulos. O que é importante não se fala o que dá “ audiência” e afasta as atenções para o que não convém, passa a ter destaque .

E a política em termos gerais é assim, uma arena de variedades, onde não faltam os cãesinhos amestrados, os palhaços do circo e os acrobatas.

A situação do país está péssima. E isso não é preciso dizerem para que se veja e se sinta o aperto no último buraco em todas as famílias ( principalmente a média e a baixa).
As pessoas não têm dinheiro, o ordenado mal chega ao fim do mês, comprar casa é um suicídio, ter filhos… é quase uma loucura…. Pouco se fala sobre quais são os reais problemas do país e como se poderão resolver.

Mas não! Parece que o principal problema do país é o casamento homossexual. Pode-se usar argumento de que é uma hipocrisia falar-se do mau estar do país para que esta discussão não venha a público….mas a questão é que o motivo por vir a público não é tanto por uma questão altruísta, mas por outros motivos como a caça aos votos, abafar o sol com a peneira para o que interessa ou para os partidos minoritários ganharem mais visibilidade.

Amanhã lá será o debate que promete ser aceso. É incrível como numa sociedade onde constantemente se descredibiliza o valor do “ casamento” e que o defina como um papel passado… e um negócio do dá cá da lá, agora que o assunto vem à baila mas reciclado, o argumento muda radicalmente e já se fala de amor, de sentimentos.

Os dois partidos verdes e bloco de esquerda pretendem que seja alterado o artigo 1577 do código civil que define um casamento como um contrato entre “duas pessoas de sexo diferentes”.

Concordo plenamente com a união entre homossexuais, acredito que o amor não é restrito entre os homens e as mulheres. O amor não discrimina… agora porquê a esta união ser chamado de casamento?

O casamento tal como o conhecemos é por definição uma união entre duas pessoas de sexo diferente. Não deverá haver uma terceira figura jurídica que o distinga do comum “ casamento” e da união de facto?
Há uma questão semântica que me confunde…

Não percebi nunca se a bandeira entre a comunidade homossexual é o direito à diferença ou à igualdade. Acho que há algo que me escapa, porque abanam a bandeira da diferença e da igualdade quase em simultâneo. Se por um lado querem ser iguais e casar, por outro lado proclamam o direito à diferença, em que pé ficamos afinal?

3 comentários:

Raquel A. disse...

A questão do casamento na sociedade que temos hoje em dia parece não ter importância nenhuma.. dá a sensação que os únicos a preocuparem-se com o casamento são mesmo os homosexuais.. se calhar, quando esse direito for aprovado eles também já não vão querer saber do casamento pra nada! ;)

*BJS*

Inês disse...

Até podem nem sequer casar, mas pelo menos têm o direito a escolher.
Têm o direito a participar num ritual (fora de moda ou não), que é considerado sério pela nossa sociedade. E é isso que os homossexuais pedem, apesar da diferença, serem tratados como iguais. (Acho eu).

Bottled (em português, Botelho) disse...

Cara vizinha,

A crise chega a todo o lado, até à homossexualidade!

Era colocá-los a todos na construção civil, a brincar com a RECTO-escavadora!

Hic Hic Hurra