Hoje vivemos numa era rodeada por redes sociais e novas palavras
surgiram no nosso vocabulário. O facebook veio alterar o modo como se
fazem notícias, política e as relações pessoais. A adolescência perdeu
parte do encanto ao perder os papelinhos passados nas aulas por entre os
livros com mensagens e declarações de amor. Os pedidos ridículos do
“posso-te conhecer” eram quase um rito de passagem que todos os
adolescentes tinha que enfrentar quando queriam conhecer o giraço da
escola. Hoje as coisas estão bem mais fáceis e tudo está à distância de
um clique.
O facebook muito mais do que revolucionar a vida dos
adolescentes tornou-se algo diametral à sociedade e é utilizado por
todas as idades. O facebook não exclui ninguém e criou um sentimento de
pertença, a ideia de que todos fazemos parte de alguma coisa, deu uma
ilusão da proximidade, fomentou a rapidez das mensagens, passou para um
ecrã a ideia lírica da vida como um livro e da possibilidade de que tudo
pode ser documentado. E essas foram, para mim, as razões do sucesso. Se
no facebook se encontram antigos colegas de escola e faculdade, se
comunicam com amigos, se encontram amores, também há o lado negativo da
exposição excessiva da vida privada que leva a perda de amigos e de
namoros e mesmo de casamentos. “Desamigar” alguém pode ser um rude golpe
numa relação interpessoal. E não há produto, serviço, blog (como o
meu!!), programa de televisão, filme, jornal, revista ou rancho
folclórico da terrinha que não tenha uma página no facebook.
Eu ainda sou do tempo em que se ganhavam eleições
com porcos no espeto, a darem bandeirinhas e aventais de plástico e
bonés pelas feiras. Era ali, no terreno, de manga arregaçada e em
contacto com as bases dos partidos que se ganhavam ou perdiam eleições.
Hoje em dia, a própria política está alterada e quase todos os políticos
tem páginas de facebook e é por ali que se caçam votos também. Até o
próprio Presidente coloca post oficiais no seu mural. Imagine-se lá! E
isso vindo do nosso Presidente tão “uncool” parece-me que está na hora
de procurar outra rede social porque já estamos a bater bem no fundo.
Isso e quando recebemos pedidos de amizade de tios cotas e daqueles
familiares afastados ou ex colegas da escola muito chatinhos que só
sabem publicar coisas deprimentes e frases cheias de reticências
totalmente “non sense”. Para além disso, ainda testam os meus limites de
tolerância e de perdão com trezentos mil pedidos para jogar no
Farmville e outros jogos do género. Aí, penso muitas vezes se não estará
na altura de mudar para outra rede social.
Mas, o Hi5 está completamente obsoleto é só para
engates e basicamente para que todas as Sónias Andreias deste mundo
possam mostrar o rabo ou as mamocas, o Myspace é para músicos, o Orkut
só se ouve falar no Brasil, o Linkedin é para o trabalho, o Google + não
sei bem para o que é que serve, a Smallworld para pseudo jetset...as
opções tornam-se poucas.
O facebook começou com uma ideia clean e privada
inicialmente só para estudantes universitários e aos poucos foi ganhando
espaço e popularidade. Hoje com a cedência da publicidade, aplicações
externas, jogos coloridos, sermos forçados a ter o timeline por se
encaixar melhor na publicidade, parece-me que caminha para o abismo.
Isso foi precisamente o que aconteceu com o Hi5 quando se ”abimbalhou” e
tornou possível a qualquer pessoa ” kitá-lo” e foi a desgraça total de
ver perfis pessoais idênticos aos carros tunings. Assim, o Hi5 passou de
uma das redes sociais mais populares a uma memória distante. De “cool”
passou a cair em desgraça e tresandar a mau gosto e a perfume
patchouli.
Quanto ao facebook parece que a realidade e a
ficção se entrelaçam e o que é real é o que é publicado... enquanto não aparecer uma rede social mais cool estou no facebook, logo existo!
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