quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Vai uma corrida? Hum... pois...


Agora está na moda correr, eu acho muito bem, é de borla e por enquanto ainda não paga imposto. Toda a gente corre e isso desperta em mim imensa inveja. Inveja, porque sou incapaz de correr por prazer e só a ideia de correr mais de 5 minutos seguidos provoca em mim cansaço. Admiro, com inveja devo dizer, aquela malta que se levanta ás 6 da manhã para correr 10 quilómetros, faça chuva ou faça calor. Pior, são os cromos que levam a sério os tempos, as pulsações, que tem playlists cheias de músicas e não passam um dia que não publiquem no facebook os seus feitos. Para aqueles que dizem que se sentem muito bem, que dizem que só começam verdadeiramente o dia com um corrida e coisas do género, só me vem à ideia isto: good for you!

Eu nunca gostei muito de correr e isto vem dos tempos de escola em que tinha educação física. Tinha um professor que era conhecido pelo “ bigodes” . Ele era basicamente uma besta quadrada e ser conhecido por bigodes era talvez a alcunha menos penosa que poderia ter tido na vida. O homem, tinha o azar de apanhar, maioritariamente, miúdas como eu e não putos federados em qualquer coisa. Eu, era mais bolos! Contudo, nunca me baldei à aula do senhor e preferia mil vezes fazer a aula e correr os 30 minutos obrigatórios até estar com a língua de fora, a ter que levar com a pergunta do “ stôr”: Não fazes a aula? Estás menstruada?” isto à frente da turma inteira. Aquela pergunta fazia parte da praxe e era extremamente motivadora! Fazia com que nós ( as miúdas) nem nos atrevêssemos a baldar à aula, estivéssemos nós com o tornozelo torcido e com uma entorse no pescoço ao mesmo tempo. Esta pode ser uma possível explicação possível à minha aversão à corrida, quiçá rebuscada, ou serão só desculpas?

 Apesar de não ser genuinamente fã de corridas, isso não faz de mim uma lapa ao sofá. Gosto muito de aeróbicas e afins e isso também vem dos tempos de adolescente em que fazia aulas de aeróbica com um professor Russo tresloucado. Nós íamos  à aula porque era uma animação, totalmente diferente do normal, ele parecia possuído a fazer as coreografias e nós vibrávamos com as suas aulas. As mulheres mais velhas, bem isso é outra história... consta-se que iam para a aula porque o professor gostava de usar calções de lycra bem apaneileirados e justos e isso era motivo de risinhos histéricos cada vez que ele fazia um movimento de anca. Mas isso, devem ser só as más línguas, essas malvadas!

Quanto à corrida, estou na dúvida se vou continuar a invejar a malta que corre, ou se sofro um bocado e pelo menos dou-me a mim própria uma semana em que me permito “tentar” e “sofrer”. Para já, vai para a minha wishlist de 2013. Se fosse para ser fácil, nem entrava na lista. A ver vamos...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Coisas de mãe #1

O meu filho de 10 meses parece mais interessado no anúncio da Onicomicose do que nos desenhos animados do canal Panda.  Quanto a mim, estar a ver imagens de unhas encravadas de sem abrigo ou o papar o Canal Panda, venho o diabo e escolha.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ai Colón...


Há uns dias atrás, dei com uma notícia de uns protestos violentíssimos  no Panamá, mais precisamente, na cidade de Colón a propósito de uma medidas do Presidente para a privatização das terras da zona Franca.

Vi umas imagens do local e percebi que se aquela cidade já era estranha e medonha com um sentimento de insegurança, imagino neste dias... é que eu já lá estive. Cólon é, provavelmente, a cidade mais feia onde estive na vida. Vamos fazer um exercício, pensem numa cidade muito feia, ok? Multipliquem por 5 e têm Colón. Não fui enganada, sabia que era cidade para lá de feia e perigosa, tinha lido em tudo o que eram livros de viagem, mas não era para ver monumentos, para ver a natureza e passarinhos que lá fomos. É que Colón é uma zona franca e, como tal, era tudo muito barato.

Fomos preparados e com a lição bem estudada. Apenas com umas notas no bolso e desprovidos de tudo o que pudesse chamar a atenção e apitar o alerta “ turista totó”. Apanhámos o comboio e lá fomos em direcção a Colón.

A zona franca fica dentro da cidade, cercada por muros altos. Para lá entrarmos, tívemos que mostrar o passaporte e dizer o motivo por que queríamos entrar. Não pensem que dão de caras com um shopping luxuoso. Não, as lojinhas/ amazéns são em edifícios modestos, mas lá dentro,encontram-se perfeitas pérolas ao preço da chuva. Comprei umas all-start, três camisolas da Gant, e mais umas coisas que não me lembro por menos de 50 euros . E sim, coisas verdadeiras.

Dentro das muralhas não era assim tão mau… era feio, mas não era tão inseguro quanto pensava. O meu marido ( na altura namorado) foi a Colón à espera de encontrar Iphones baratos, mas isso não vimos por lá, pelo menos descaradamente.

Saí da zona franca Colón com um saco preto, daqueles do lixo, para vocês verem o nível de sofisticação que tinham as lojas. Saí de lá até ao comboio, de táxi, por nos garantirem que era menos perigoso, com um saco à Pai Natal e a rezar para não ser assaltada. Não fui! Ufa!

Seguramente quem vai apenas a Colón, não vê o que é o Panamá e a beleza que o país tem. Aliás, fica com uma ideia totalmente errada, porque o país é extremamente seguro, civilizado e bonito! Encontrei no Panamá o mais feio ( Colón) mas também as ilhas mais bonitas que vi na vida ( San Blás) e que estão em estado puro, sem água canalizada, telemóvel ou eletricidade. Sem dúvida, um país que nunca mais vou esquecer e uma agradável surpresa. Panamá é, sem dúvida, um país de se tirar o chapéu.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Alexandra, a Grande!


Ontem vi programa Momento de Mudança na Sic e tenho que dizer que foi um trabalho jornalístico notável. Pela primeira vez que me lembre, foi apresentado ao público o HIV visto por uma outra perspectiva, sobre o olhar de uma jovem, a Alexandra. 

Esta doença, normalmente, está muito associada a comportamentos de risco, à homossexualidade ou à toxicodependência, mas neste caso foi nos apresentado uma história bastante diferente. A doença entrou numa família tipicamente portuguesa e não naquelas famílias que olhamos de lado, vistas como disfuncionais”. A família da Alexandra, podia ser uma família que vive na porta ao lado da nossa e a Alexandra poderia ser mais uma das meninas bonitas que se cruzam por nós todos os dias. Nós, metidos na nossa vida, envolvidos na nossa bolha, nunca saberíamos quem era. O HIV não se vê na cara e não discrimina.

A Alexandra não vive numa cidade grande onde nem os vizinhos se conhece e é possível viver-se anonimamente durante uma vida inteira. A Alexandra mostrou-nos como é ser portadora da doença numa pequena aldeia, onde todos sabem o nome de todos e quando ia ao café ninguém se queria sentar no mesmo banco onde se tinha sentado. Contou como lidou com o preconceito, com a revolta interior e como vive a sua sexualidade com a doença. Teve a coragem de quebrar esse tabu e de mostrar que há vida para além do HIV e que é possível ter relacionamentos e amar.

A Alexandra mostrou-nos que é possível ter uma vida dita normal, desde que seja responsável, e que é possível sonhar. Ela alimenta o sonho de ser psicóloga e espero bem que sim! Houve uma frase no seu discurso que me marcou bastante,  “ Eu sou a Alexandra, não sou  HIV”. E não, não é! A Alexandra é muito mais do que os nossos olhos vêem. 

Este programa, muito mais do que uma história sobre alguém com HIV, mostrou-nos uma história de amor, no seu estado mais puro.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Os empregos dos outros

Conheço-o de vista desde que vim morar para aqui. Já vi escrito o seu nome umas vezes na sua bata de trabalho, mas é completamente impronunciável. Conheço-o como o Senhor com o melhor emprego do Mundo, pois é a ideia que passa sempre que o vejo. Abre sempre um sorriso para dizer bom dia a toda gente e a sua cara ilumina-se cada vez que peço para fatiar o pão. Ele, o homem com o melhor emprego do mundo, trabalha na padaria de um hipermercado aqui em Inglaterra, fatia pão, embala bolos e no meio, vai falando com as pessoas. Mais do que feliz com isso, dá a ideia de que não há melhor emprego do que o dele. Por isso, é sempre um prazer ir ao supermercado comprar pão, recomendar o seu trabalho porque o faz com tanta dedicação e simpatia. O supermercado, ganha mais clientes, mais negócio e mais receita. Bem melhor do que cartões de desconto, aquele senhor veste a pele de embaixador do supermercado e se calhar, sem o saber, já angariou centenas de clientes.

Lembrei-me novamente do Senhor com o melhor emprego do Mundo, quando estive estes dias em Portugal. E lembrei-me dele, porque estive em supermercados, em áreas de serviço e em lojas onde assisti a atendimentos pavorosos. Infelizmente, não foram casos isolados. Infelizmente, os 10 dias que estive em Portugal de Sul a Norte do país verifiquei o mesmo comportamento generalizado... indiferença, respostas tortas, como se tivessem a ter a seca da vida deles ao estarem a atender ao público. 

Bem sei que um salário de 400 ou 500 euros não é um salário de uma vida, mas qual é o ponto de passar 8 horas por dia de má cara? Não se ganha nada com isso, certo? Pelos vistos, há quem goste de mostrar ao mundo inteiro que está chateado. Tive a sensação de que devia um pedido de desculpa a certos senhores das lojas por estar a interromper algo. Estavam a fazer o maior frete do mundo em estar a falar comigo, em se ter levantado nessa manhã, em vez de ter ficado em casa, a ver a Júlia Pinheiro ou o Goucha. Eu, a chata, tinha a lata de ir para lá interromper o seu sossego para pedir opiniões e preços. Eu, a parvalhona, que deveria estar ali de férias, tinha a lata de sorrir para eles e de dizer bom dia, quando eles, os desgraçados, estavam a trabalhar no duro desde as 9. 

Chateia-me ao ver este tipo de comportamentos quando há um número tão grande de desempregados e estabelecimentos comerciais a fechar. São as pessoas que lá trabalham que dão a cara que são o cartão de visitas para os estabelecimentos e que são a chave do sucesso ou insucesso. Fico revoltada por estes lugares estarem ocupados com gente que se vai achar injustiçada a vida inteira, que acham que o vizinho do lado é sempre o filho da mãe cheio de sorte, que o emprego dos outros é sempre melhor do que o dele. Ele é o maior desgraçado do mundo. Essas pessoas, vão sempre achar que lhe passou ao lado uma vida de glamour e de presenças pagas em discotecas do bairro.

De fora, tenho uma visão diferente e mais critica. Não foi um país hospitaleiro com que me deparei...Percebi que se toma como “ natural” e socialmente aceite este tipo de comportamento. “Ah..pois tem muito mau feitio” ou pois,” coitado recebe pouco “como se isso pudesse justificar o facto de tratar com desdém alguém que está ali, pede uma opinião e quer gastar dinheiro do estabelecimento onde trabalham. 

Apercebi-me que se tornou hábito as pessoas serem assim tratadas e aceitarem “feitios “ quando, claramente, nos empregos onde se dá a cara não há lugar para isso. Esse “feitio” nada mais é do que uma tremenda falta de chá e dois palminhos de testa.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Afinal era tanga!

Pois, afinal não havia Diana nem porra nenhuma! Era tudo publicidade ao novo perfume Cacharel Catch me. Andou um país inteiro a dar publicidade ao moço e era uma golpada! Não me sinto defraudada minimamente até porque já tinha levantado essa hipótese. Sinto apenas que foi defraudado o amor.

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/empresas/a-procura-de-diana-diana-publicidade-marketing-cacharel-catch-me/1379867-1728.html

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Onde estás tu, Cinderela?

Pegue-se num rapaz normal, não, melhor, num rapaz com ar de bom moço, daqueles de um filha poderia apresentar ao pai. Depois, peguemos num dia com muita gente. Numa noite de Sábado à noite em Lisboa ou uma noite de Santo António em Lisboa que tem montes de gente. Não, melhor ainda, a noite de manifestação com milhares de pessoas na rua e um ambiente de agitação social. Peguemos agora numa miúda gira portuguesa, não, melhor, numa miúda estrangeira, pronto, sei lá Francesa e loura.  
 Agora, dêem-se dois nomes: Ricardo e Diana e uma one night stand que acabou com queca no Ibis de Oeiras e um bilhete deixado na cabeceira da cama. Pouco romântico!Não, melhor, um beijo, troca de números de telefone e de facebook. Hum...Demasiado fácil! Bem, então assim, um olhar apaixonado, um beijo, um nome Diana e uma pista: o dia que se vai embora. Zero contactos.
Juntemos agora o rapaz Ricardo que viu a miúda com ar angelical Diana, que ficou apanhadinho e foi amor à primeira vista. Mais, leva uma tampa descomunal, a miúda não lhe dá qualquer contacto e ele durante uma semana anda a colar cartazes, anda falar na televisão,  multiplica-se em entrevistas, cria uma página de facebook tudo para a encontrar.
Bem, depois disto tudo, Ricardo tenho três perguntas para ti: isto é uma campanha de marketing e aí fico mesmo lixada da vida, andas no Técnico e por isso gajas é como água no deserto e fico solidária contigo, ou realmente é MESMO a história perfeita?