sexta-feira, 30 de março de 2007

O casaco dos totós


Se há coisa que odeio é ver homens de casaco de ganga!É o casaco tipo "Fonzie"! Não sei quantos tempo tem essa “ moda”, sei que já passou há uns bons anos.. mas há homens que insistem em usá-lo todos os 365 dias do ano.( “ Dá com tudo!”)… Pois bem toinos….poderiam
“ adoptar” um outro casaco que desse com tudo! Certo?

A marca é o que menos interessa, porque seja o casaco da feira de Carcavelos, ou tenha sido comprado numa loja in de NY há uns anos atrás… o resultado é o mesmo: é PIROSO e não há volta a dar!
O casaco de ganga está no patamar abaixo da meia branca com a raquete, mas no mesmo nível da meia branca simples.

O casaco de ganga faz de qualquer homem “ mais ou menos”, num homem bimbo da terra do “ prontos”.
Até pode ter muita história o casaquinho, ter sido oferecido pela santa maesinha, pela namorada do liceu, pela madrinha na Páscoa…. mas o casaco de ganga descaracteriza-o! Faz com que soe a “parolo” que vai para a disco com sua trupe”ganguesca”, repetir gestos tayloristas do “ vai a cima, vai abaixo…” mal vê uma jola!

Eu jamais poderei levar a sério um gajo com um casaco de ganga vestido, porque isso e calças à boca de sino masculinas estão no meu top de parolice masculina! Imagino-os logo chamados Hélder ou Flávio, Válter ou coisa do género! Podem achar preconceito! Que seja! Até é, faço logo a minha rotulagem completa: casaco de ganga = trolha/ marceneiro/carpinteiro/ com a mania que são “ modernos” e giros, têm carro todo kitado, e adoram as ladys night das Docas.
O belo casaco consegue abichanar” um gajo dependendo das suas características físicas e ou “aparolá-lo” por completo!

Namoradinhas de Portugal .. que tal colocarem uma nódoa de líxivia no casaco de ganga dos vossos “babes”? Que tal deixarem cair um litro de óleo jonhson em cima? Ou deixarem cair uma qualquer nódoa.. que nunca mais saia? Ou então perderem o casaco num contentor mais próximo?
É um favor que fazem à humanidade! É um favor que fazem ao José Cid… porque tornam-no “único” nem que seja no “ único dinossauro português que AINDA usa casaco de ganga!

Se quando apareceu o bendito casaco era um casaco da rebeldia… hoje é o casaco dos totós que com 40 anos têm a mania que são jovens de 20, que se sentem capazes de engatar qualquer miúda!

Será que o casaco é como uma espécie de capa de super-homem que os faz sentir terem super poderes: o super poder de engate, o super poder do charme, e o super poder da juventude?

Se calhar daqui a uns anos estará novamente na moda...e eles sim.. são os visionários que resistiram ás modas e se mantiveram fieis... sempre fieis ao seu eterno " casaco de ganga".

quinta-feira, 29 de março de 2007

As leis de Murphy descodificadas:

1-Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior
maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

Solução: se acreditares que te vais espetar ao comprido…o melhor é colocares um tapete vermelho… para poderes mandar um tralho com todo o nível!

2-Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que
causar mais prejuízo.

Solução: se houver a possibilidade de várias coisas darem errado.. prepara uns trocos para o bilhete de autocarro.

3-A luz no fim do túnel, é o comboio a ir na tua direção.

Solução: Não te enfies em túneis se podes ir á volta.

4-Se o sapato serve, é feio!

Solução: se te serve, não te queixes principalmente se tiveres pés de pato.

5-Se perceberes que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguires
driblá-las, uma quinta surgirá do nada.

Solução: se tiveres a lucidez para perceber que 4 coisas poderão dar erradas o melhor é concentrares-te um bocadinho mais, para encontrar uma quinta.

6- Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone.

Solução: ou tomas duche, ou tens o telemóvel à mão!

7-Nenhuma bola vai parar num vaso que odeias.

solução: Se não deixares os putos jogarem ao pé dos vasos.. não para de certeza!


8-A probabilidade do pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é
proporcional ao valor do carpete.

Solução: já que não dá para contrariar a tendência.. compra tapetes nos chineses.

9-Um homem com um relógio sabe a hora certa. Um homem com dois relógios
sabe apenas a média.

solução: se um homem souber o que é uma " média" considera-te sortuda!

10-Oitenta por cento do exame final será baseado na
única aula que perdeste, baseada no único livro que não ligaste patavina!

Solução: se não estudaste tudo, faz cábulas da parte que não estudaste

quarta-feira, 28 de março de 2007

A vida são dois dias e no médico é meia hora

Hoje fui ao médico do trabalho. São aqueles procedimentos normais que se tem que fazer de vez em quando para ver se estamos "aptos". Então temos que fazer teste à visão, electrocardiograma, medir a tensão, análise de urina, pesar, e responder ás questões da " Stôra".

Odeio ir ao médico, principalmente se tenho que estar mais de 30 minutos à espera. Hoje por acaso, até foi rápido ( olhando para o relógio).. mas ter que estar numa sala cheia de gente a ter que levar com a missa na RTP1 ( acho que era por causa da proximidade da Páscoa) fez com que aquele tempo que estive lá, me parecesse uma eternidade.É o chamado tempo psicológico.
Até poria a minha cultura " cor-de-rosa" em dia, típico das esperas do médico, não fosse o zumzum de fundo da missa de fundo que me desconcentrava por completo.

Ninguém olhava para a televisão, mas as recepcionistas devem ter preferido isso a mudarem de canal e darem audiência ao boyolas do Gocha a passar a ferro e a disputar com a " fatinha" as histórias mais decadentes para fazer chorar as pedras da calçada.

Acho que no tempo de espera no médico e ter a consciência que vão saber parte da nossa vida, dá para fazer-se uma auto-análise... porque os exames não mentem! Aí nesse momento..lamento o facto de fumar cigarros ( apesar de não ser muiiiito) , mas fico ligeiramente mais aliviada pelo facto de comer legumes e fruta a potes, e de fazer desporto. Aí lamento certos excessos que faço no fim de semana, mas fico mais feliz por saber que o fim-de-semana são só dois dias, por isso os 5 dias certinhos da semana... compensam de certa maneira apenas os dois dias de excessos.
( ok.. nunca são assim tantos!!)

Depois vem a parte da prova dos 9 em que em alguns minutos se quantificam a vida que temos andado a levar! Fiquei feliz quando frente a frente com a "stôra" verifiquei que estava tudo bem, as análises estavam boas, o peso estava perfeito. Sorri e respirei de alívio. No fundo sabia que me " tratava bem" e ter a consciência que só as vezes mando umas facadinhas ao caminho certinho.. é até um bom princípio. Sai vitoriosa da sala, olhei para os cigarros com desdém..." hoje não fumo" ( pensei), sai e comi um big salada para não estragar o " caminho dourado".

Pelo caminho lembrei-me: "Ui...amanhã jantar, no fim-de-semana também... ".Que se lixe... siga!Só faço exames para o ano!

terça-feira, 27 de março de 2007

O Allgarve dos enlatados

No final do mês vê-se sempre imensa gente nos transportes públicos, os restaurantes ficam muito mais desertos, as lojas ficam vazias e os shoppings perdem metade dos maratonistas domingueiros. Está tudo sem dinheiro e isso vê-se perfeitamente é só olhar à nossa volta para perceber a grande diferença entre o final do mês e o início.

No início do mês pelo contrário vê-se tudo muito mais desafogado, vê-se carros por toda a parte, os transportes públicos estão mais desertos, as lojas rebentam pelas costuras, os supermercados estão cheios de pessoas com carrinhos cheios de compras do mês. O início do mês há um bem estar colectivo, está tudo muito mais satisfeito! Quem diz que dinheiro não traz felicidade, é só olhar para a casa das pessoas ao dia 1, para perceber, que se calhar não é bem assim!
O início do mês cheira a dinheiro e a consumismo e eu obviamente não lavo daí as minhas mãos, bem pelo contrário, partilho inteiramente!

Se no final do mês o mote é a “ contenção moderada” …no final Maio, Junho, então a contenção passa de moderada a “contenção drástica”, e há ainda a “contenção hiper drástica” tudo em nome de uma férias numa praia qualquer chique no "Allgarve".

Então aí durante esse meses… a “ sandes” ( “sande “ para os cromos) é a rainha! A sandes tem isso de bom.. é possível praticamente fazer-se sandes de tudo.. mas para mim, o cúmulo da depressão é sandes de atum !Soa-me mesmo a desespero, lembra-me as sandes da universidade que o pessoal (eu portanto!) comia quando tinha estourado a mesada nas galas da universidade ou em jantares de curso e depois andava sem dinheiro para uma refeição decente! Mas, se a sandes de atum é depressiva … sandes com manteiga ou pior…com margarina, bate no fundo do sacrifício que se poderá fazer por umas férias no "Allgarve".

Sacrifício… porque as férias estão mesmo ai à espera, e para se levar a família inteira para lá durante 2 semanas sai caro e o subsídio de férias não chega e sim sacrifício porque todos os amigos vão também para o "Allgarve", e parece mal não ir!
Depois sim… nos 15 dias de férias já é permitido estourar por dia quase o que se poupou numa semana durante o ano a comer sandes e a fazer outros sacrifícios.
As férias são por excelência tempo de excessos, porque a mola andou apertada durante tanto tempo que depois salta para longe! Há uma classe que emerge durante 15 dias do ano que é a classe “ enlatada” amiguinha do atum e das sandes de atum durante o ano ( os que fazem “ contenção hiper drástica”), e do
“ Evaristo” durante os 15 dias férias no "Allgarve".

A classe “enlatada” enche as festas no "Allgarve" e as festas do croquete! Arrendam uma bela vivenda, vão para as praias mais chiques e durante 15 dias são felizes, sem dúvida! Agora, resta saber se um ano de sandes de atum compensa 15 dias de felicidade! E sim... está quase a chegar a altura das “sandes de atum”! Não acreditam? sim... o " Allgarve" dos enlatados já está próximo!

segunda-feira, 26 de março de 2007

A Bomba Glicémica

Bem sei que a concorrência entre hipermercados é tramada e dura. Bem sei que para vender e angariar novos clientes ou fidelizar os que existem é algo muito dificil e significa uma guerra constante entre preços e outras regalias.

Agora está na moda os talões e os cartões dos supermercados e hipermercados. Qualquer supermercado tem um cartão em que qualquer pessoa poderá ser “ membro”. Para os excluídos de tudo, ter um cartão em que é “ membro” de um clube significa no subconsciente a pertença a um grupo, que ainda que não valha nada , não deixa de ser um clube “ cheio de vantagens”.

Não se tem um cartão de crédito... mas é se membro do “ clube mini- preço”, do clube dos “ mosqueteiros” e tem a potes talões do Continente! Servem para encher a carteira, misturam-se com os outros documentos e cartões e.. derrepente qualquer pé rapado poderá ter uma carteira com a grossura de um burguês. O que tem lá... cartões de hipermercados e talões que permitem comprar iogurtes a metade do preço, leite e outos produtos básicos.

Mas o que tem lá na carteira, bem vistas as coisas... pouco interessa. São cartões que se misturam com todos os outros. Pena que nenhuma hipermercado ou supermercado ainda não tenha inventado um cartão de cor dourada. Garantidamente que pegava! Um cartão dourado misturado na carteira, poderia passar perfeitamente por um cartão gold. Pouco interessava se esse cartão proporcionva um desconto de 50 % nas salsichas em lata ou no leite em pó. É dourado e basta..

Se nem tudo o que reluz é ouro... um cartaosinho destes era uma espécie de bijuteria de cor dourada... que apesar de não ser ouro, vista de longe a e olho nu.. passava perfeitamente.

Depois outro aspecto é os anuncios que passam por aí dos super e hipers. Se o obectivo é ficar na cabeça das pessoas: “ palavra de Jumbo que ficaram”. Agora que são completamente estúpidos isso é uma constatação óbvia!

Ontem vi pela primeira vez o anúncio do Jumbo que era qualquer coisa “ é como ter o trevo na tromba no elefante”! Se o logotipo do hiper já é mau e foleiro... o slogan acompanha-o na perfeição e é uma espécie de namorado gaysola e totalmente fiel. O “logotipo” e o “slogan” são sem dúvida um casalinho perfeito!

Agora, se acrescentarmos os últimos do anúncios que passaram por ai do “ preçário” também do jumbo com o gordo do Malato, se acrescentarmos os “ eurónios” do Mini preço, mais a “ promoção par” do Feira Nova, mais os “ mosqueteiros” do Intermarché, mais a bichinha Leopoldina... mais a Europoupança”... começo a pensar que a concorrência é também entre os marketers ...de quem é de quem faz o anúncio mais ridículo!

E isto analisadas as coisas é de louvar! Fazer anúncios destes paupérrimos e a ultrapassar os limiares do rídiculo é tão difícil como tirar um zero bem redondo numa exame quando se escreve 3 folhas de teste, respondendo a TODAS as questões.

Talvez o objectivo seja mais uma vez criar um sentimento de pertença à estupidez colectiva que há por aí. De certeza que os “ Fernandos Rochas” e seus seguidores deste país acharam um piadão, a ver os numerosinhos a pular, o “ trevo na tromba do elefante” e outras macacadas .

Mas tenho para mim, que estes anúncios são uma bomba glicémica que consumidos em excesso só poderão provocar diabétes em primeiro grau.
O povo morre de estúpido, mas com a boca adocicada...

sexta-feira, 23 de março de 2007

Bolo que nasce torto jamais se endireita!

Experimentem fazer um bolo cortando na farinha, nos ovos e no açúcar de uma forma totalmente aleatória. De certeza absoluta que terão alguma coisa mas nunca um “ BOLO”( verdadeiro e bom). Experimentem fazer um bolo seguindo a receita e pondo menos de metade do tempo no forno... terão alguma coisa... mas nunca um BOLO( a sério)!!

Agora experimentem fazer tudo direitinho, seguindo todos os preceitos recônditos da receita...... teria tudo para dar certo... MAS... na altura de desenformar... o bolo sai torto!
Pois é... algo falhou! Falta de jeito... falta sorte... sei lá!

E daí sai a constatação:
Bolo que nasce torto jamais se endireita!

Isto pode-se aplicar em inúmeras coisas na vida prática. Vou aplicar isto ao sexo oposto. Uma receita tem por objectivo dar o mesmo resultado ( ou pelo menos quase), se cumprido rigorosamente, em qualquer parte do mundo! Há um “quase” no meio que faz toda a diferença e que pode transformar um potencial bolo direitinho, numa espécie de rampa de skate de chelas!

No sexo oposto como não há receitas possíveis ( e para nós… diga-se muito menos) a imprevisibilidade faz com que um gajo com ingredientes perfeitos e todos à medida … depois na prática resultem num ….bolo torto.

Mas mesmo que o bolo seja torto, há sempre uma esperança:

E daí saí ”quentinha” a segunda constatação:

Bolo torto não perde o gosto!

Pois é… se tiver os ingredientes perfeitos, o facto de ser torto, não faz dele um mau bolo! A apresentação até pode ser tosca… mas está lá, o essencial da qualidade! Para os não resistentes à frustração perante um bolo tosco.. e torto..vão tentando a sorte, e apurando o jeito.

Bolo que nasce torto jamais se endireita!

Caríssimos leitores do blog. Ontem estive fora e como tal, foi totalmente impossível escrever o post.
Fica desde já prometido o post para mais logo.

quarta-feira, 21 de março de 2007

As Fofinhas

Ontem aventurei-me no submundo das conversas dos homens e sim…é delicioso! Eu estava como observadora semi- participante! Interessava-me mais extrair o que saia dali, filtrar as ideias essenciais e chegar a algumas conclusões, do que propriamente pôr-me a opinar sobre o que eles iam dizendo.

O tema de ontem das conversas foi “ as fofinhas” ( as miúdas)! Enquanto víamos televisão na sala iam comentado as miúdas com “ esta é fofinha” , “ esta não é fofinha”.

Segundo a definição do MP as fofinhas são miúdas “ girinhas e remediáveis” isto é, não são especialmente bombásticas nem sexualmente tão atractivas à primeira vista, mas têm um ar “credível”.

As bombas ( boas) são “ o terror para um gajo mediano que namore com elas” porque são miúdas com o ar :“ se não tens cuidado, não entras em casa com o que tem na testa!”.

Por isso, a sua eleição vai mais para a segurança! As "Fofinhas" não são tão assediadas com as bombásticas, não são tão babáveis e por isso, ele como homem mediano assumido ( que é uma atitude inteligente), prefere uma ”fofinha”,”pequenina” e se for assim “anafadinha” melhor! (os diminutivos não são meus… é típico dele!).

Uma "fofinha" não é escandalosa na maneira de vestir ou de estar, não tem todos os homens focados nela… apenas os amantes das "fofinhas", está claro! A probabilidade de se ter uma chatice e com uma “ fofinha” é muito menor do que uma “ espampanante” disse!

Conheço depois o oposto- o Tiago , o que odeia as “fofinhas” que o MP adora e que diz ser um eufemismo para as gordas! Apesar de não ser bombástico (na minha perspectiva feminina) nem pouco mais ou menos, só tem olhos para as mulheres babáveis!|

A grande diferença entre um e outro é que um fala bem das mulheres e outro não . O fã das "fofinhas" está de bem com a vida e com as mulheres em geral! O fã das bombas passa a vida aziado sempre a dizer que as mulheres são interesseiras e só querem isto ou aquilo.

Pois bem a minha ideia é esta: quanto maior é a subida, maior é a queda! O MP assume-se como mediano e tem sucesso no meio das "fofinhas". O Tiago pelo contrário assume-se como sex bomb apesar de não o ser, e eleva-se num nível muito maior do que o dele… e espeta-se ao comprido no meio delas!

Lição 1: Para se correr uma maratona convém ser atleta!
lição 2- Se não és o Francis obikwelu não queiras competir com ele.
Lição 3- Se não te aguentas a correr uma volta tão grande, vai correr para uma pista mais pequena!
Lição 4- Se te cansas a correr, vai a andar!

terça-feira, 20 de março de 2007

O Chavalo

Estava mesmo na carruagem do metro do que eu. Tinha um ar aristocrático talvez pelo bigode imponente, com as pontas ensebadas e enroladas para cima. Deveria ter uns 60 anos, mais coisa menos coisa.

Tinha cara de pessoa saudável. Não fez o rídiculo de pintar o cabelo ( nem de castanho, nem de louro, nem de preto ou ruivo) e por isso exibia um belo cabelo branco, bom corte e com a barba bem aparada.

Cheirava bem o senhor. O fato estava perfeito, bom corte, uma gravata muito “ wesley” impecavelmente escolhida a combinar com o fato, camisa e sapatos. As meias eram escuras, a camisa azul clara bem engomada e com botões de punho com gosto.

Quase que me parecia um homem atirar para o queque quando derrepente o senhor vira a cara e algo me salta à vista:

- UMA ARGOLINHA DE OURO NA ORELHA!!

Olhei várias vezes para ver se não me tinha enganado, se não estava a alucinar por completo. Mas não! Aquele senhor que estava ali à minha frente… tinha um brinco na orelha que não tinha nada a ver com ele. Sei lá, é a mesma coisa que ver os gatos fedorentos a fazerem uma peça dramática! Simplesmente não combina e não tem nada a ver!

Ou será que tinha e a roupa é que não?? Será que a roupa reflecte um pouco de nós ou será que são os pormenores dos acessórios que fazem cair a máscara e revelar quem somos?

Fiquei confusa. Não sei porque mas aquele argolinha na orelha em ouro fez-me olhar para ele com outros olhos. Derrepente de senhor “alinhado”, comecei a imaginá-lo um filho da revolução! Por debaixo do casaquinho e da camisinha estaria uma tatuagem amor de mãe?

Comecei a pensar como há pormenores que fazem totalmente a diferença. Aquele brinquinho abimbalhava completamente o senhor! Derrepente se alguém o tratasse por chavalo, já não me chocava.

Afinal somos a roupa que escolhemos ou os acessórios que usamos?

sexta-feira, 16 de março de 2007

A Lixívia Foleira

Quando milhares de franceses estavam na miséria e não tinham pão sequer para comer, Maria Antonieta perguntou: Se não há pão, porque não comem brioches?

Agora vejo 8 mulheres totalmente estúpidas na televisão que não davam uma para a caixa, não faziam a mínima ideia quem era Fidel Castro, Putin, Bocage, Maria de Lurdes Pintassilgo ( a Piriquito como uma delas a chamou) a terem direitos de antena.

O que me chateia verdadeiramente é a ideia que está implícita neste programa, e não só me senti envergonhada (enquanto mulher) de elas não saberem nada de nada, mas também por estarem a ser totalmente ridicularizadas e terem sido escolhidas exactamente por isso. A miúda burrinha e bonita, e o homem inteligente!

Eu não sou nada feminista, mas isto realmente está num limite de decadência total em que se pegou na liberdade de direitos e virou-se de cabeça para baixo. “Alguém” quer provar e fazer parecer que a mulher está é bem como “ Fada do Lar” para aparecer e ser vista, porque de resto não serve para mais nada!

Agora quando a maioria das Universidades estão cheias de mulheres, quando as mulheres são as que têm melhores notas e melhor aproveitamento escolar, é este o bombom que nos dão! Se és bonita és burra, se és feia és inteligente. É como o típico: se és feia és de engenharia, ou de matemática, se és gira és de letras! O cliché típico, demasiado desgastado pela lixívia foleira que faz rasgar o pano.

Mas começo a achar que é moda utilizarem os maiores preconceitos da sociedade portuguesa, torcerem-nos e fazerem programas:

1- As mulheres são todas umas interesseiras ( e criaram aquele Programa do Pedro o Milionário)

2- As Mulheres bonitas são todas burras ( A Bela e o Mestre)

É que com dois programas seguidinhos, podia supor que tresanda a produtor empalitado pela mulher e só pode estar a fazer isto por despeito total. E também, está claro que irá de encontro com os gostos do público.

Também vou admitir e assumir que há mulheresinhas que gostarão de ver isto, nem que seja para provarem aos maridos a vantagem de estarem com elas até hoje. E eles ficam felizes porque se iludem em pensar que mulher boa é mulher que cozinha, como se o mundo se dividisse desta maneira: mulher bonita e fútil e o da mulher feia e inteligente.


As “ deles” estão felizmente no meio desta cisão . Então afundam-se aí todos os seus complexos.. ao ver a burrinha boazona a dizer disparates. E no meio de uma jola a ver a palhacita na TV,a mulhersinha fica feliz e o homem frustado também ( "é por isso que elas não conquistam o mundo, somos melhor do que elas” pensam). Nessa noite vai para a cama e dorme descansado!A lixívia foleira corroeu o pano.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Big Bambo Menú

Hoje estava a folhear um daqueles jornais gratuitos que dão no metro logo pela manhã e comecei a observar os anúncios que estavam por lá. Fiquei atenta a um : o “ Professor Bambo”.Não é a primeira vez que vejo estes anúncios nos jornais diários, mas foi a primeira vez que me dei ao trabalho de ler.

O professor Bambo é um pretão vestido de roxo e com uma espécie de panamá dourada na cabeça, tem um ar de king África e promete:

“ Resultados sérios, onde outros falharam”. Primeiro reparo: um gajo com aquele aspecto, que parece que está mascarado, que se auto-denomina de “ professor” e com o nome de BAMBO, quer que o levem a sério???

Depois ainda não contente continua:

“Tanto esforço, tantas dificuldades, tantos sacrifícios e a sua vida não avança? Será apenas coincidência? Venha saber o que se passa consigo acabe de vez com as suas dúvidas! Acredite que a vida tem solução!”

Segundo reparo: Eu propunha um anúncio mais eficaz ao “ professor BAMBO” vestia uma camisola de jogador de futebol com a frase ao peito:

“Tem problemas? EU RESOLVO! “

O professor Bambo é como um Fast Food pela sua rapidez! Quem aparece lá, é só escolher o menú das calamidades e ele trata do resto. Deve ser mais ou menos assim:

-Problema com drogas? o Professor resolve! ( Big Bambo -Menú 1)
- Problema com bebidas ? O Professor resolve! (Big Bambo Menú 2)
- problemas no trabalho?O Professor resolve! (Big Bambo Menú 3)
-Tem doenças? O professor resove! ( menú 4)
-Problemas com o marido/ mulher/ filhos? O professor resolve! (Big Bambo Menú 5)
-Problemas com espíritos malignos ? O professor resolve! (Big Bambo menú 6)
-Problemas com o jogo? O professor resolve! (Big Bambo Menú 8)
-Problemas de toda a espécie)? O professor resove! (Big Bambo Menú XL 9).

E enquanto o Happy Meal oferece um brinde a acompanhar o hambúrguer e a coca-cola ás criancinhas, o Prof Bambo oferece um mundo maravilhoso sem problemas a todos os adultos que tenham umas notas nos bolsos. Basta escolher o Big Bambo Menú conveniente e vem o kit todo empacotado com tudo o que é preciso para livrar a má sorte! E fica a promessa de ter " Uns momentos mais Saborosos" bem merecidos!

O professor Bambo é um porreiro! Preocupa-se tanto com as pessoas que desinteressadamente coloca um anúncio de meia página num jornal de grande tiragem! É uma atitude totalmente altruísta como é óbvio! Qualquer pessoa que lá apareça no seu " consultorio" ( ou sei lá como se chama a uma coisa dessas)de certeza absoluta que estará amaldiçoada, alguém que lhe quererá muito mal e anda a fazer magia negra a ela e á família inteira, e o professor prevê logo um rol imenso de calamidades futuras com direito a acidentes, muitas doenças e todas as coisas mais negativas…. Mas o Professor BAMBO resolve!

Com uma centenas de contos, com umas rezas, com umas ervas maradas vindas da selva africana, galinhas negras, coração de bichos e sapos à mistura o senhor professor mete os espíritos malignos ,o senhor " azar" e o senhor " Problema" todos em sentido... porque com um pretão daqueles, ninguém brinca!



PS: Para interessados Prof Bambo e colegas: Professor Dramé,Professor Dabo, Prof Fofana

in Destak, página 18, dia 15 de Março de 2007

quarta-feira, 14 de março de 2007

O Desprezível vs Bom Samaritano

É uma enorme chatice quando se perde um telemóvel, uma carteira ou uma agenda o que for na rua, nos transportes públicos, no supermercado, etc. Grande parte da nossa vida está num telemóvel, carteira, e agenda. Estão lá informações tão importantes como toda a nossa lista de contactos pessoais e profissionais, todos os nossos cartões de débito e crédito e todos aqueles que nos fazem ser “ pessoas “, e sem os quais no limite “ não existimos”.

O mais problemático é que a nossa fé no outro é tão grande que na maioria das vezes, depois de se procurar nos sítios mais óbvios o mais certo é que passado 5 minutos já se dá por totalmente perdido!

Agora há o outro lado, o das pessoas que encontram os objectos perdidos que se dividem em dois grandes tipos: nos desprezíveis e nos bons samaritanos. Os desprezíveis são aqueles que ficam com os objectos e mesmo que vejam a pessoa desesperada à procura deles, mesmo à sua volta, não se acusam e calam-se bem!!! Podem até estar apenas 5 euros na carteira, mas o facto da posse de algo que não lhes pertence é uma espécie de catarse do dia cinzento que têm normalmente!

Depois há os bons samaritanos aqueles que apanham a carteira, abrem para ver se tem algum número de telemóvel ou morada, e que se não tiver ainda se dão ao trabalho de ir à polícia.

E quanto aos bons samaritanos tenho que contar um caso que aconteceu, não comigo, mas com a mãe de um colega de trabalho que, encontrou a carteira, procurou a identificação da pessoa e como não a viu decidiu ir á esquadra entregar a carteira. E se isto poderia ser visto como um excelente gesto de cidadania e de exemplo o cumprir.. vai aqui uma lição para todos:

“ deixem de ser toinos, fiquem com o dinheiro, ou deem um pontapé na carteira e metam-na debaixo de um carro”

Se nos meus olhos a veria como boa pessoa, aos olhos do Polícia português, aquela senhora que amavelmente se disponibilizou o seu tempo e paciência …era uma
“ potencial ladra”, visto a carteira ter sido dada como furtada. Golpe duro do destino! Parece piada, mas foi verdade!

Ou seja, apanha-se uma carteira, com a melhor das vontades entrega-se à polícia e sem dar por ela, pode-se meter numa grande alhada em que derrepente as posições invertem-se: a boa pessoa tem que argumentar ao polícia ( ou melhor, ao senhor agente) e provar por A e por B que não furtou a carteira!
Como é que se prova uma coisa dessas?” Olhe alguém diz que lhe furtaram a carteira, o senhor/a aparece-me aqui com ela! Como sei que não foi o senhor/ a? “

Imagino que além que seja confrontado com uma situação dessas no mínimo deve-se ter arrependido umas 1000 vezes de ter feito a boa acção, e de não ter deixado a carteira no chão como estava. Os senhores agentes como não estão habituados a estes gestos de boa vontade e amostras de cidadania… desconfiam! E isto torna-se um círculo vicioso! Ensina-se ás crianças uma quantidade de valores que na prática um dia se vão voltar contra elas.

E talvez os senhores agentes influenciados pelas séries americanas vejam todas as pessoas como possíveis psicopatas, ladrões e pedófilos. A alguns falta-lhes olhar para o umbigo peludo, deixar de serem autistas e terem um auto – sentido crítico tão rigoroso como têm com os outros. Talvez no limite se colocassem na pele do “desprezível”, lhe vestissem a pele e a caracterização lhes sirva como uma luva.
O tempo dos Cowboys e dos Xerifes já lá vai… mas há sempre uns “pseudo-justiceiros” ( os senhores agentes) com pensamentos tão profundos como da “ lógica da batata” com ânsia de acção e com histórias para contar ao jantar. E enquanto mergulham no mundo da ficção e tranquilamente mandam uma garfada no puré, há coisas que lhe escapam da visão... só conseguem ver do topo da altura que têm ... e com miopia acentuada.

Então deveremos ser Desprezíveis ou Bons Samaritanos? Eis a questão!

terça-feira, 13 de março de 2007

" Parabéns a Você"

Este mês de Março e o de Fevereiro foram meses especialmente carregados de aniversários de amigos. E se eu já tinha pensado imensas vezes no ridículo da música “ Parabéns a Você” a quantidade de aniversários que tive fez com que a música me latejasse na cabeça e me fizesse reflectir sobre ela. Já não a posso ouvir pura e simplesmente! Mas também não me posso fazer a indelicadeza de não a cantar! É uma espécie de contrato social: eu canto e tu cantas também! E não se pensa muito nisso!

O pessoal reúne-se à volta do bolo cheio de creme e depois naqueles trinta segundos tem que fingir que se está especialmente feliz! Quem canta faz o sacrifício que ter que cantar a musiquinha da praxe! Quem faz anos fica com um certo brilhozinho por ver os amigos a fazerem tal figurinha Só por ele: e sim! Isto é amizade!

Deve ser das poucas vezes em que as pessoas se juntam para cantar! Ás vezes também se juntam nos karaokes quando a noite vai longa, bem bebida e quando corre no sangue, não só o álcool, mas uma veia bimba que curte Tony Carreira! Aqui a situação é muito diferente, sobriamente canta-se, por uma questão de boa educação.
No final sopram-se as velas e todos batem palmas.
Naquele dia o aniversariante ganha todo o protagonismo e é o centro das atenções, para além do bolo!

Quanto à música nunca a percebi bem e já agora quem a terá inventado: Parabéns a você!?? Mas nós portugueses não falamos assim! E se calhar é precisamente este “ a você” a acompanhar a melodia secante que fazem o ridículo da música. Parabéns “apenas” chegava, depois podiam continuar o resto, porque afinal, e apesar de estúpida, é uma tradição!

Apesar de tremendamente foleira a música é socialmente aceite por todos e não há casa onde não se cante quando alguém faz anos. Atravessa diametralmente todas as famílias desde a família do papo seco à do caviar e no entanto a música essa sim é sempre a mesma, mesmo que o menú do jantar seja mais ou menos requintado, mesmo que o bolo seja mais ou menos atractivo!

Depois chega a parte dos parabéns personalizados em que cada um já tem a sua frase na ponta na língua, sempre a primar pela originalidade: “ Parabéns! Felicidades, que este ano seja em grande… e blá blá blá”.

É mais um dia em que se deseja muita felicidade e muitos novos projectos, etc… em que se renovam votos e se fazem promessas. Quando se é aniversariante vê-se sempre mais um ano, como um ponto de viragem, como se no dia seguinte logo pela manhã se fosse muito mais responsável e se tivesse uma moralidade para pensar :”fizeste anos ontem, comporta-te e não digas mais disparates!”

Contudo, a memória é curta. O soprar das velas e a música extaseante de “ Parabéns a você” não conseguem mudar do dia para a noite a nossa natureza de que AMANHÃ é sempre um dia melhor do que hoje para cumprir as promessas! E vendo bem as coisas, para o ano há mais velas para soprar e promessas para se fazer. Um grupinho na mesma cantará os “Parabéns a Você” em coro e eu renovarei também os meus laços do contrato social e cantarei também!

sexta-feira, 9 de março de 2007

A Chave ou o Dinheiro??

“ A chave ou o dinheiro?” gritava a amiga Olga com um sotaque nortenho carregadíssimo. O Público entrava em êxtase, batia palmas e gritava até os pulmões doerem : “ a chave” , o outro grupo gritava “ o dinheiro!!”.

Ali era uma espécie de arena em que o público se rejubilava tanto com o sucesso de quem lá ia, como a perda total do desgraçado que saia de lá de mãos a abanar... sem chave.. sem dinheiro!No final ainda tinha que fazer um ar tosco e dizer a frase politicamente correcta “ o que importa é concorrer” e ia aziado de autocarro para casa com o bilhete mais barato.

Os tempos mudaram, a “Amiga Olga” ,que era quase a avósinha loura das criancinhas deste país, até ja se permitiu que um “sôtor” qualquer lhe redesenhasse a cara e lhe retirasse as inestéticas rugas.

A “Amiga Olga” é uma boa metáfora dos novos tempos da televisão portuguesa. A cara até pode estar melhor, até pode estar toda esticadinha e mais atractiva, mas basta que ela se levante da cadeira, para perceber que o resto do corpo continua flácido e pouco trabalhado.

A televisão também foi-se alterando, mas apenas com plásticas sucessivas à cara... o resto manteve-se e o coração está fraco e alimentado a pace maker.A “ chave ou o dinheiro” já não se usa. Podia voltar um género de progama assim apresentado por exemplo pela Júlia Pinheiro. O programa voltaria ao ar com cara renovada, com uns ingredientes extra fazendo jus à teoria do eterno retorno!

Podia ser mais ou menos como a “ Amiga Júlia” que oferecia “ lipos” ou “ plásticas”. Punham-se umas velhas a gritar : “ a Lipo” as outras “ a plástica” e a vida de um qualquer desgraçado era ali decidida na arena por qualquer um que se deixasse influenciar por quem gritasse mais alto: “ Ah ok! Pode ser a plástica! “.

Já ninguém quer carros para nada, o público ficou mais egoísta e vaidoso e por isso começaram a aparecer programas de renovação de look total ( Escadrão G, Espelho Meu, etc..) e que alteram as partes do corpo ( Doutor Preciso de Ajuda) e pelos vistos os produtores de televisão descobriram a pólvora.

As necessidades alteraram-se e criou-se a ideia de que uma boa imagem é a entrada directa para se conseguir tudo: um bom casamento, um bom emprego, uma casa, um carro, viagens e por ai em diante! Os produtores acham-se uns messias modernos por ensinar a pescar em vez de dar o peixe, seja lá o que o peixe for! (Será o chamado Serviço Público?)

A chave esta lançada , o palco montado e o público afina a voz, o que sairá daqui?

quarta-feira, 7 de março de 2007

Parte III ( e última da trilogia)- O Mito do Italiano- O Bom Rebelde

Os olhos das amigas iluminam-se quando depois de mil e uma perguntas politicamente correctas sobre a cidade em si ( monumentos, sítios imperdíveis para visitar e blá blá blá) deixam cair por fim a última questão para parecer quase esquecida , pouco relevante e tão arbitrária quanto as folhas das árvores que caem no Outono: “ É verdade Maria ( ai ai... até que enfim a pergunta), que tal são os Italianos?”

A pergunta como é óbvio é premeditada, mas eu finjo que não percebo! Como é óbvio está no pensamento colectivo feminino a imagem do verdadeiro macho italiano sexy! Poderia ser essa a primeira pergunta feita por uma mulher a outra que vai a Itália, mas ok! Deixa-se para último, para não se dar um aspecto oco e fútil, para não parecer que perante a imponência do Coliseu de Roma, na verdade quisessem saber em primeiro plano se o macho italiano é imponente ou não!

Talvez haja um pressuposto quase evidente de que a galinha ( neste caso.. tem mais lógica galo... mas não rima!) é sempre melhor do que minha, é algo que pondo numa frase filisófica seria mais ou menos como isto: “ o Homem é um ser social insatisfeito”... Talvez também tenha razão de o ser e no limite tenha uma boa fundamentação de verdade... ou será que não?

Para ser totalmente coerente tenho que colocar os mesmos pesos na balança. Comparar o Tino de Rans que é uma espécie de macaco amestrado que vai totalemente de encontro com a teoria Darwinista, com um italiano com um exponencial super elevado de beleza, seria muito injusto.

A minha teoria é: o macho Italiano e o Português comuns estão mais ou menos equilibrados em termos de beleza com algumas diferenças que passo a enunciar e que os fazem “ especiais” aos nossos olhos ( diga-se das Tugas):
-O “ amore mio” quase cantado é musica para os ouvidos das Tugas; o “ mor” português é terrível...
-o facto de deixarem a barba por fazer ( mas sem estar desleixada) e terem um estilo mais rebelde , fazem com que despertem o lado mais rebelde feminino completamente “ anti-príncipe encantado” e é a rejeição unilateral do tipo certinho que vai no cavalinho branco.

O italiano é o anti-príncipe que surge num cavalo selvagem, de mochilas nas costas, do estilo aventureiro com ar de que quem gosta mesmo é de umas boas cantigas com viola e de namorar em noite de lua cheia com o seu “ amore”.

Talvez a ideia do mito venha daí do seu look despreocupadoo, bem oposta à ideia do príncipe encantado que nos impingem desde miúdas nas historinhas de fadas, que as nossas mães gostariam de ter para genros e acima de tudo que o universo masculino português pensam ser o ideal de “ macho” para nós mulheres.

O gajo típico camisinha Ralf Laurent branca e imaculada até pode ter a sua piada, mas tresanda a homem pouco imaginativo, incapaz de partir um prato, de ter um rasgo de originalidadee acima de tudo para nos proporcionar um elemento tão importante como o efeito surpresa!

Aí entramos no campo do “sexy” e do “ não sexy”que pouco tem a ver com a beleza do homem, mas por um conjunto de factores que o tornam atractivo e desejado: bom paleio, piadas inteligentes, um tom de voz firme e uma roupa bem escolhida de acordo com a ocasião.

O português médio em comparação com o italiano médio não se pode dizer qual será o melhor ou o pior! Simplesmente são campeonatos diferentes com públicos também diferenciados: o português simbolizando o típico macho latino das graçolas versus o Italiano o macho latino galanteador.

Finito!

terça-feira, 6 de março de 2007

Parte III- O Mito do Italiano- O Bom Rebelde

Mais logo ou amanhã nova postagem sobre o Mito do Italiano-O Bom Rebelde! Esperem para ver!
Peço desculpa aos leitores que tenham cá vindo em vão ver os novos desenvolvimentos da Saga italiana!A ideia está a fermentar e o tempo tem sido escasso! ;)

Mile Bacis!

domingo, 4 de março de 2007

Parte II- Padreco's Town

Há as conhecidíssimas “China Towns “ e agora apresento-vos em primeira mão, um novo conceito: o Padreco’s Town. Um primeiro reparo, desde já, os Padreco’s Town ainda estão numa fase totalmente embrionária o que quer dizer que se isto pega, qualquer dia temos uma ou duas à porta de casa; o segundo aspecto que tenho que referir, e consequente de ser ainda embrionário, é que se sente um certo desconforto de lá andar por sermos “ estrangeiros”, isto é, “não padrecos”! E nisto podemos fazer uma comparação directa com a China Town no Martim Moniz em Lisboa! Quem lá anda ás voltinhas é bom meter um lápis bem carregado dos olhos até quase ás orelhas para dar um ar mais oriental e não passar por totalmente infiltrado. Assim evita ser olhado de lado pela comunidade de olhos de arroz agulha e passar apenas por um totó que desejaria ser chinoca no seu íntimo e comer todos os dias "clepes" e arroz xau xau com pausinhos.

Bom, eu estava lá no meio do Padreco’s Town de camisola rosa choque e de máquina fotográfica na mão! Era estrangeira duas vezes, uma por ser portuguesa, outra por não ser freirinha, nem com pretensões sequer de o ser. Como tal, não passava despercebida e logo o meu interesse em ver as montras todas lá das ruas, não era porque tinha um especial interesse em comprar tais coisas, mas só cuscar ( como boa portuguesa) o que lá havia… o que causava um certo desconforto a mim e aos lojistas que se sentiam tão observados como um ET seria se me aparecesse à frente!

Para quem já viu muitas coisas na vida… uma Padreco's Town é sem dúvida uma das coisas a acrescentar ao currículo de viajante! Se Milão é a capital da moda, Roma é a capital da moda para o mundo religioso! Ao pé do Panteão de Roma ali está o paraíso terreno de todos os fashion victim do mundo religioso. Era uma encruzilhada de ruas cheias e exclusivas a roupa religiosa! Estava por lá imensos padrecos e freiras e monges e alguns ( poucos) inflitrados de máquina fotográfica na mão assim como eu!

Ali vê-se tudo o que se possa imaginar, um paraíso para quem acha que ser padreco e freirinha não é estar fechado para o mundo! Afinal ser-se religioso não significa andar enfadonho e com roupa sempre igual! Vi uma loja para padrecos que devia ser a Maria Gambina lá da zona. Prendi a minha atenção numa toga roxa e com riscas cor de rosa e as mais diversas tonalidades de lilás e azul para padres mais atrevidos e excêntricos. Não reparei se havia calçado a condizer, mas umas All Start roxas ficavam ali bem, garantidamente! Uma mochila East Pack às flores também podia ser que combinasse e era a loucura da paróquia!

Imagino que um padreco que se vista assim, pelo menos pela novidade, tem a missa de domingo sempre cheia! As beatas a cortarem na casaca ( ou melhor dizer na toga do senhor prior da freguesia) e os “ criativos” todos à perna a darem voltas a cabeça esgazeada onde ele terá comprado algo tão à frente que mais parecia saído de umas das lojas da moda do bairro alto!

Para os mais conservadores havia uma espécie de Chanel padreca / ou para freirinhas com roupa mais conservadora e com toques de classe, com muitos dourados à mistura e bordados rocóco.
Um padreco que lá compre roupa vai feliz da vida para a freguesia lá de terriola com togas diferentes do dito “ normal”…. e melhor que tudo, com roupas abençoadas pelo Papa! É de meter inveja a qualquer padreco cinzentão e sim: está no top da moda religioso!


As freiras que observei andavam loucas entravam em loja e saiam loja à procura quem sabe do último modelo lá da zona. Nem a Zara tem clientes tão entusiastas como aquelas ruas tinha. Á volta das montras a observarem, a verem preços e a fazerem contas a vida!Via-se camisas, sapatos, saias, casacos e outros acessórios tudo a condizer e para a nova estação.

Não sei se há saldos para a roupa eclesiástica… mas a freira é uma mulher como as outras logo, gosta sempre de roupa. É uma suposição evidente, pelo menos para mim.
E talvez os padres que lá frequentem sejam com todo o respeito devido os “metrossexuais” do sítio que gostam de moda, frequentam o ginásio para abater a barriguita e se recusam a beber o vinho avinagrado que lhes impingem lá na paróquia.

Vendo bem as coisas é bastante inteligente haver esta miragem de lojas estando em Roma e com o Vaticano mesmo ao lado.
E se havia tantas e tantas lojas é decididamente porque havia mercado e pelo que vi compradores atentos as últimas tendências da moda aplicada a Igreja.

Não pesquisei, mas se calhar até vendem roupas dessas aos padres mais modernos e que gostam das novas tecnologias e que dominam tão bem o rato, como o hebraico e o latim. Para quem pensava que já não se viam padres modernos tive uma enorme surpresa ao passear-me naquelas ruas.

Talvez o novo Papa tenho aberto o precedente dos vícios ( O papa FUMA) aos padrecos e às freiras e via-os ali a fumarem como uma descontracção, sem estarem escondidos em becos como os putos do ciclo atrás do ginásio da escola. Via-se a comerem Pizza e gelados pela ruas sem o mínimo sintoma de arrependimento e do “ pecado da Gula”e com sacos das lojas nas mãos.

Os putos poderão cravar aos novos padrecos cigarros, as freiras poderão comentar entre elas ou então com as adolescentes os últimos gritos da moda e serem féis aos seus princípios inteiramente dedicados aos outros e seguindo os pressupostos de Deus.

Talvez aquelas ruas em Roma se alarguem numa ou mais avenidas. Talvez se exportem a ideia dos Padreco’s Town para outras cidades, países e continentes e quem sabe não é… um passaporte para a evangelização dos novos tempos.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Scusata ma ti chiamo amore ( parte I- Introdução)

Depois uma pequena ausência cheguei a Portugal com saudades do que deixei! Se Roma tem uma cor é laranja, sem dúvida! Carregada de laranjeiras, praças por todo o lado e inúmeras aceleras que parecem doidas pela cidade parecendo ignorar o restante trânsito e o código da estrada. Tudo ali é em grande desde a beleza da própria cidade, ao tamanho das pizzas individuais maiores que as nossas familiares e da enormidade de sabores de gelados que nos provocam duvidas existências.

Falam alto, exprimem-se muito com as mãos e têm um espírito brasileiro misturado com tudo o que a Europa tem de bom. Falham redondamente na pontualidade e uma ida a um restaurante pode levar horas até que finalmente nos tragam a comida e a conta!

O que faz a diferença de uma cidade são os pormenores! Roma é uma cidade com particularidades que a fazem especial.

Não há pressa, a cidade gira a um ritmo infernal, mas eles são lentos no trato quotidiano, mas com uma simpatia tão rasgada que faz qualquer um se render a tanta simpatia e achar até isso pitoresco, como que nos estivessem a dizer: “ Apreciem isto! Com calma!” Ninguém os pode levar a mal: em “Roma sê Romano” e isto tem aqui muita verdade. Apreciar uma cultura implica fundir-se na mesma e não tentar impor a nossa.

A tarde há o culto de se passear nas praças ( plazzas), faz-se uma vida virada para a sociedade e para o social. È a hora da “ passegiata”.Enquanto em Portugal todos se enfiam nos cafés, em Roma as praças gigantescas e proporcionalmente belas convidam qualquer um a apreciar a beleza da cidade sem hora marcada de regresso a casa. Famílias inteiras reúnem-se com toda a serenidade e despreocupação. Por isso houve quem designasse este país assim como Espanha com as “ sociedades da vergonha” em oposição às “ sociedades da culpa” do norte protestante. O culto das praças tem uma explicação histórica que é qualquer cornudo/ a , falido/a passeia-se demonstrando que a sua “honra” continua intacta mostrando –se indiferente a todos os boatos que lhe possam ser atribuídos .

A liberdade é demonstrada precisamente por essa despreocupação com as horas, é como uma recusa em planear o tempo e consequentemente o seu destino. Quem cumpre horários não é livre, e eles sabem viver essa liberdade em todo o seu esplendor.