segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Vá, agora queixa-te!

Cheguei a casa depois de uns dias passados em Portugal e não tinha um postal sequer dos meus vizinhos a desejar-me um Feliz Natal... isto depois de no ano passado ter enchido a minha mesa de postais. Posso portanto concluir, que a minha popularidade não deve estar propriamente em altas por estas bandas Inglesas. Deveria ter adivinhado que isto de não aceitar bolos da vizinha na quermesse, não falar do tempo, não gabar as flores do canteiro e não perguntar como vai o cão, teria consequências graves.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A arte de questionar

Os meus vizinhos arranjaram uma maneira espectacular para sacar coisas sobre a nossa vida, sem terem que me perguntar directamente:
( virando-se para o meu filho de um ano de idade): 
"So little boy, any plans for Christmas?"



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

11 de Dezembro 2011

Não me parece que foi ontem. Aliás, isso nem faz qualquer sentido para mim. Parece-me que o meu filho faz parte da minha vida há muito mais tempo, muito antes de ter sequer um nome. O meu filho viveu em mim muito tempo antes, fazia parte dos meus sonhos e das minhas preces. Neste ano de vida, deu-me o melhor do mundo, fez-me viver todos os clichés de mamã, mostrou-me o que é sentir um amor incondicional. Ao olhar para ele, vejo um pouco de nós, do meu marido e isso comove-me. É com alegria que o vejo crescer e quase que me esqueço como era tão pequenino quando nasceu. Tenho em mim a memória clara de o ter nos meus braços, segundos após ter nascido. Apesar estar diferente fisicamente, na minha memória, o seu rosto mantém-se igual. Não está. Deixou de ser aquele bebezinho pequenino, a tremer de frio no primeiro banho, para um bebé cheio de vida, que já mostra bem a sua personalidade. Reage a todos os estímulos, já sabe que se fizer beicinho tem os papás aos seus pés, ainda que achemos que não.

O mundo pára, quando com os seus olhos grandes castanhos me fisga, atravessa a sala a gatinhar para se aninhar a mim com o ar mais feliz do mundo. O meu colo acalma-o e o seu quente preenche-me.Tento cristalizar mentalmente estes momentos e ganho o dia com estas pequenas grandes coisas. Aprecio e absorvo avidamente tudo o que me dá, todo o seu riso de alegria que põem a descoberto os seus dentinhos que mais parecem bagas de arroz. Ri-se das graças que faço e estimula todos os dias a minha imaginação,a criatividade e bom senso. Põe-me a rebolar, a imitar todos os animais que me lembro, a cantar músicas que pensava que me tinha esquecido e andavam presas na memória.

As noites nunca mais passaram a ser iguais. A paciência passou a ter um novo significado e percebi que esta afinal não tem limites e que aguenta tudo à conta de um sorriso, ou mesmo à conta de nada. Este amor não cobra nada. Para adormecer, dá sempre luta e desafia o cansaço, como se quisesse sorver até à ultima tudo o que o mundo lhe dá. Gosto do seu ar tranquilo quando, finalmente, se entrega ao sono, repousa o corpo e, fecha os olhos depois de um dia cansativo de tanta actividade, de tantos sorrisos, passeios e brincadeiras.

Para o meu filho, tudo é uma descoberta constante. Tentar ver o mundo através do seu olhar é desafiante da nossa própria condição de adultos. Nós, estamos demasiadamente absortos no nosso mundinho e cheios de certezas inabaláveis. Acho perdemos a capacidade de nos surpreender com as pequenas coisas e com o passar dos anos fomos silenciando os nossos sentidos. Por isso mesmo, adoro o seu olhar de espanto cada vez que vê um balão, prova um novo sabor, a sua surpresa cada vez que ouve um som que lhe é estranho, a sua reacção a cores e texturas diferentes. Através do meu filho, sinto-me a renascer um pouquinho todos os dias e este coração que bate no meu peito passou a bater em duplicado. Foi já há um ano que tudo mudou para muito melhor e que sou mãe.

Parabéns meu filho!