terça-feira, 6 de novembro de 2007

Corrupção



Depois de ter saído o livro polémico, “Eu Carolina”, agora aparece o filme “Corrupção”.E eu fui ver o filme no dia da estreia.


Carolina é “Sofia”, e Pinto da Costa é o “Presidente” e o trama da história roda sobre estas duas personagens e sobre o mundo da corrupção no futebol ( no filme o processo chama-se “ envelope chinês “).

A “Sofia” trabalhava num bar de alterne até que a sua vida mudou a partir do momento que conheceu o Presidente. Nessa noite ela não sentiu um “ arrebatamento” … não, não!! Ela não sentiu "Paixão"!Ela “ sentiu um arrepio na espinha”. ( coisa bonita!!!)

Quem começa a ver o filme percebe logo umas coisas estranhas…. Em primeiro lugar… “ Sofia” trabalha num bar de alterne….as outras meninas andam de perucas às cores, grandes decotes e a esfregarem-se na clientela… mas não “ Sofia”!! Sofia é altiva para a clientela e anda de gola alta… As outras são galdérias…mas não Sofia!
A Sofia anda naquela vida “ porque tem dois filhos para criar” ( imaginem isto dito com o sotaque nortenho)… Sofia era “ galdéria fina” as outras são putinhas e oferecidas. Esta é a primeira ideia que passa no filme.

Em segundo lugar, ainda relacionado com o alterne… Sofia sai do bar que fica no Porto e num instante vai ter à Expo…mais um milagre? Qual é a ideia? No meio de tanto milagre, acreditem que a " sofia" quase que virava " santa de Compostela".

Depois, na primeira noite de “amor” com o “Presidente”, “ Sofia” a ingénua, veste um pijaminha aos ursinhos… e aí, nesse ponto deve-se ter dado a passagem de “ Sofia” inocente que dorme de pijama aos ursinhos e que faz a profissão mais antiga do mundo de gola alta e com toda a altivez para os homens que frequentam o alterne… para uma quase “corrupta”.Ela tinha pureza… ela tinha princípios morais… o Presidente é que a corrompeu… ( "quase", porque o bom que há nela fe-la seguir o caminho da denúncia, tal qual justiceira)!!Esta é a segunda mensagem a guardar do filme.

“Sofia” tem um sotaque nortenho que quase que mete inveja as peixeiras do bulhão, pena que vá flutuando sotaque o longo da trama…. Mas quanto a mim, a única frase que Carolina poderia ter realmente dito em todo o filme é “ter 2 filhos é fodido” … e sim…deve ter sido das poucas frases genuinamente verdadeiras! Todas as outras com um sotaque mais ou menos carregado à norte, soam a falso… demasiado sofisticado, o “ fodido” e derivâncias verbais acenta-lhe melhor e fechando os olhos, qualquer um diria… sim… já parece a Carolina a falar.

Ao longo do filme, vai aparecendo cada vez mais Senhora ... de “menina de alterne” passa a empresária… E aqui vi uma ponta de realismo no filme… que prova que subir na vida, às vezes é uma questão linguística… essa é outra das mensagens do filme! Isto é.,empresária... é o nome chique que se dá a toda a putinha fina que passa a amante de um homem rico.

No filme, tudo desmorona passado 6 anos de vida em comum… aí Sofia ( no real Carolina) decide contar a sua história em livro. Cai em si a coitada…

Se a história do filme é a realmente história da sua vida… isso fica-se na “dúvida” ( vou dar algum benefício)…. mas com certezas absolutas de que fizeram de “ Sofia” ( Carolina) uma Madalena arrependida….

Talvez se não tivessem retirado os 17 minutos de filme… teríamos visto uma parte em que “ Sofia” falaria com Deus e que pediria perdão por todos os pecados. Ou então que confessava querer ir para o convento…

A intercepção dos planos do real com o ficcional são perceptíveis…a olho nú. O seu livro “ Eu, Carolina” vende a história perfeita de uma desgraçada, na capa aparece com um rosto sereno, sorriso de Mona Lisa, com uma expressão introspectiva e um pouco tímida…

Hum, náaa !! Cheira-me a esturro…acende um cigarro Carolina!





4 comentários:

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

Minha amiga,
Isso tá tudo muito bem - contar a história do filme e lixar a vida a quem ainda não o viu - mas o que eu gostava mesmo era de uma crítica: gostou, tá bem realizado, os actores representam bem, o argumento papa-se, etc.?

É que a boa e velha cusquice lusitana, apimentada pela polémico do realizador e do argumentista, de certeza que já garantiu o sucesso financeiro do filme.

Bottled (em português, Botelho) disse...

Cara vizinha,

Tem de desculpar o Senhor Inspector, que anda mal habituado porque tem um crítico de cinema contratado na aldeia.

Devo dizer-lhe que acho muito bom o relato e o final, então... Não é o do filme, é mesmo o do S. post!!!

E se eu pudesse escolher a banda sonora, era o Sim Carolina ó i ó ai, Não Carolina ó ai meu bem!!!!

Hic Hic Hurra

Rabodesaia disse...

Caro Inspector,

peço imensa desculpa de lhe ter estragado um possível programa de sabado a noite... mas acredite que foi o favor que lhe fiz... assim poderá estar mais atento aos pormenores do filme... ou então se perdeu mesmo o interesse... em vez de atirar dinheiro para a rua, pode mandar por correio o preço do bilhete aqui para a tasca. eu como sou simpática, faço-lhe o preço de cartão jovem!

caro vizinho,

eu concordo com a sua banda sonoro. Esta muito bem escolhida!o pedro abrunhosa uns " aaahahah" abafados assim pelo meio... e seria um exito.

Anónimo disse...

Se houver uma palavra que defina bem este filme terá de ser a palavra : "Ridículo".
Não sei em que lugar o produtor deu as tesouradas ao filme mas que se nota.. lá isso nota.
A interpretação de Margarida Vila Nova deixa muito a desejar.
No início aparece uma "Sofia" (Carolina) fria ,calculadora, intocavel, e a medida que o filme vai avançando a personagem avança e recua num misto de coitadinha/senhora dona de seu nariz nunca se percebendo muito bem onde a personagem quer chegar, o mesmo acontece com o filme, várias cenas parecem ter sido cortadas outras metidas a martelo , já para não falar dos tipicos planos de cinema português de encher chouriços: paisagens de Lisboa, pinheiros, e pessoas a andar a pé e não esquecendo a mùsica "nho nho" de fundo.

Resumindo e concluindo :

1 filme de merda.

PS : NOTA 10 para a grande performance dos arbitros neste filme.

Arnaldo Toy