quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Família Super Star







Quando pensava que era difícil descer-se mais baixo na televisão aparece a “ família super star”. Depois do telejornal uns minutos são dedicados às família de artistas que foram excluídos do concurso ( deve ser nesta primeira fase, que pena!).

Por ai tudo bem, mas fiquei abismada com um puto que cantava quase ao nível do Zé cabra e que sonhava ganhar a vida a “ cantar”. O júri dividia-se entre a pena e a vontade de gozar com a situação assim que o miúdo abriu a goela de cana rachada. No fundo, se lhes dissessem que aquilo era para os apanhados, teriam acreditado! Mas não, o miúdo sonhava em ser “ cantor” e queria viver disso.

E ali, como quem arranca uma cana ( neste caso… uma cana rachada) de um canavial o júri disse-lhe de caras o que a maesinha dele devia ter dito, e o que a minha já me disse várias vezes… “ó filha tu não sabes cantar”.
E caiu ali um sonho, a não ser que tenha um ego de tal modo elevado que mesmo depois disso, tenha força e cante até que voz lhe doa.

Depois de ter ouvido alguns comentários do júri, pensei mesmo que se há 15 ou 20 anos atrás tivesse existido a “ família super star” e se tivesse concorrido a família Malhoa, provavelmente teríamos perdido dois grandes hinos da música: Ana e Zé Malhoa. O que é grave!

Provavelmente se alguém tivesse sido sincero e tivesse dito um dia:” não têm jeitinho nenhum, e se venderem 100 cassetes na feira da Tocha, considerem-se sortudos!” estariam a cometer uma enorme injustiça! E sim, teriam trocado as voltas ao destino daquela família.

Não porque estivessem a dizer alguma mentira, mas sim, porque é possível uma família que de super star é discutível, vender cd’s como paesinhos quentes e ter gente para os ver cantar não só por Portugal mas pelo mundo fora onde há emigrantes. Estarão todos os emigras deste mundo fora enganados? Quem é que está certo afinal?

E o que interessa é uma família de rouxinois? Nops… vão lá para as feiras cantar música de rouxinóis sem batida nenhuma que são apedrejados no mínimo! Uma família super start é uma família que venda discos! E o resto é conversa!

Se alguém tivesse sido honesto, e no início da carreira tivesse mandado uma pérola derrotista e catastrófica à Nostradamus, as feiras perderiam todo o brio de ouvirem o Zé Malhoa e a filhinha a entoarem as suas maravilhosas músicas. Teriam destruído a vida da Ana Malhoa, pois nunca teria andado aos pulos num programa infantil… e muito pior do que isso… nunca teria posto silicone nas mamocas…o que seriam então se não vivessem da música? A aninha teria que se resignar ao destino e morreria assim sem um soutien de 40 copa C, o Zé Malhoa, teria menos preocupações com a imagem e deixaria de limar as unhas e de pintar o cabelo com excelence!

Afinal aqueles senhores do júri, não talvez não percebam nada de nada. Um dia aquele mesmo puto que “ deveria repensar em outra coisa que não cantar” junta-se a uma qualquer Ana Cidalina com um ar brega e pornostar e faz milhões. E no dia que isso acontecer eu começo a acreditar em tudo… vou para bailarina clássica ou então torno-me vocalista de uma banda de rock.

2 comentários:

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

Com certeza que conhece os X-Factor que pululam por essas televisões fora - é mais do mesmo... e apenas para rir (e assim evita-se chorar)

Saulus Lupus Lunae disse...

Agora fiquei ofendido. Eu formei a minha personalidade com base na música do clã Malhoa. Ora bem, sou um chungoso, piroso, azeiteiro e putanheiro, mas ou também uma quenga, uma oferecida, uma rameira e uma meretriz. Bolas, o que poderia ter sido e não sou. Vou-me virar para o clã Carreira. Pelo menos tenho garantido o rótulo de bichona semi charmosa!
kiss kiss