Para quem anda atento na noite e no que se passa nas discotecas já deve ter reparado nos “treinadores de bancada”.Os treinadores de bancada são uma espécie de lapas de balcão de discoteca, estrategicamente posicionados para a pista de dança. Estão sempre de copo na mão, e normalmente com um cigarro ou cigarrilha ou charuto na outra e estes são a sua companhia mais certa durante toda a noite. A “outra” companhia (a feminina) sabem bem que depende de uma boa estratégia e já agora de uns copos a mais ( de ambas as partes).
Geralmente não saem do mesmo sítio, afinal “ treinador que é treinador” não pode jamais entrar à campeão campo adentro. Eles assumem e interiorizam de tal forma o seu papel que levam a sério e fazem questão de manter inviolável o seu “ espaço Vital”, ali na sua área tem o controlo absoluto e não há espaço para mais pardais. Os treinadores observam como ninguém a posição dos jogadores em campo e formulam a sua táctica que consideram ser sempre infalível.
Devem ter um código secreto entre eles, ou uma estratégia de jogo que é o piscar de olhos constantes “ implacável “ e “ à matador” para o “ campo de jogo”, diga-se pista de discoteca. Se há os treinadores de bancada solitários, há também os treinadores de bancada conjuntos. Os primeiros tratam-se de profissionalizados, os segundos são aprendizes de treinador que precisam da opinião de outros mestres para reformular vezes sem conta a estratégia em campo. Os “Aprendizes” são como Dom Quixote idealistas e visionários em busca da sua “ Dulcinea” da noite, os “Profissionais” são como Sancho Pança mais realistas e marcados sobretudo com a sua esperteza saloia, sabem bem que encontrar uma “ Dulcinea” pouco interessa. E reflectindo se isto fosse levado a letra, encontrar uma “Dulcinea” seria procurar uma agulha no palheiro… e além do mais, “Dulcinea” tem nome de miúda da aldeia, e isso não interessa nada!
A estratégia montada tem a ver com o grau de desespero. Se o treinador for dos que “nunca perde”, o seu grau de exigência é cada vez maior e larga de uma vez miúdas de 15 anos a cheirar a morangos e de aparelho nos dentes e acne na cara para os “Aprendizes”, é mais arriscado na estratégia de jogo.
Se o treinador é daqueles que não acerta uma, opta pelo mais fácil que é topar o grupo de miúdas mais bêbedas da disco, independentemente do aspecto que poderão ter, e fazer-lhe marcação serrada cada vez que alguma delas for ao bar e invadir o seu “ campo vital”.
A grande diferença entre um Pró e um Aprendiz é que o Pró faz a sua análise de um grupo de miúdas que o atraia e verifica qual daquelas é a melhor do que seu agrado se tem namorado se não tem, se vai com um amigo, amiga, faz a sua leitura corporal enquanto ela dança (será tímida, será extrovertida, etc) e assim que escolhe, está escolhido! Apenas se focaliza numa “ presa” durante toda a noite e galanteia-a.
O Aprendiz ( amador) por seu lado, direcciona-se em várias frentes, e quando vê o caso mal parado e as horas a passar, mete-se com todas as miúdas do mesmo grupo o que significa com quase toda a certeza uma tampa de todas elas, por se sentirem despeitadas. Elas não foram as “únicas”, “ não foram a primeira escolha” e ninguém gosta de ser a segunda, terceira ou décima quarta escolha.
As frases essas são quase automáticas, e são fruto de uma grande dedicação, depois de tantos tempo colado ao balcão. Vão percebendo uns com os outros
( misters) as técnicas mais utilizadas e as mais eficazes. Imagino que onde possam ter mais saída é nas lady’s night até porque o álcool nessas noite abunda para elas ( e á borla) …e se á noite os gatos são pardos… à noite e com o álcool a mais os “treinadores” sabem que podem ganhar uns pontos e passar numas horas de um feioso e bimbo a uma estrela de telenovela da TVI.
Os “El Papone” do sítio fazem parte da moldura da noite. São uma espécie de rebordo de uma Pizza com mais massa do que recheio, mas também não enganam ninguém. Podem ser treinadores até que a voz lhe doa, com uma molhada de piropos, bons rasgos de lata e com jogadores em campo … terão sempre campeonato para jogar.
PS: Toma lá o Osso!:P
3 comentários:
Maryzinha, essa do aparelho foi ofensiva...é o ponto fraco das míudas...hehe... Descrição perfeita, aliás a disconight é o verdadeiro observatório dos comportamentos dos nossos jovens, e é impressionante ver a evolução dos tempos. Os treinadores de bancada sempre existiram, agora com técnicas mais aprumadas, mas as míudas essas são completamente diferentes, aos 13 anos andam tão "aprumadas" que aparentam 17/18 e fazem as fantasias dos treinadores de bancada.
Sorry Ticha! Era só para criar o estereótipo! ;)
Treinadores de bancada... gostei do tema... gostei do blog e fez-me pensar...
:)
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