Há as conhecidíssimas “China Towns “ e agora apresento-vos em primeira mão, um novo conceito: o Padreco’s Town. Um primeiro reparo, desde já, os Padreco’s Town ainda estão numa fase totalmente embrionária o que quer dizer que se isto pega, qualquer dia temos uma ou duas à porta de casa; o segundo aspecto que tenho que referir, e consequente de ser ainda embrionário, é que se sente um certo desconforto de lá andar por sermos “ estrangeiros”, isto é, “não padrecos”! E nisto podemos fazer uma comparação directa com a China Town no Martim Moniz em Lisboa! Quem lá anda ás voltinhas é bom meter um lápis bem carregado dos olhos até quase ás orelhas para dar um ar mais oriental e não passar por totalmente infiltrado. Assim evita ser olhado de lado pela comunidade de olhos de arroz agulha e passar apenas por um totó que desejaria ser chinoca no seu íntimo e comer todos os dias "clepes" e arroz xau xau com pausinhos.
Bom, eu estava lá no meio do Padreco’s Town de camisola rosa choque e de máquina fotográfica na mão! Era estrangeira duas vezes, uma por ser portuguesa, outra por não ser freirinha, nem com pretensões sequer de o ser. Como tal, não passava despercebida e logo o meu interesse em ver as montras todas lá das ruas, não era porque tinha um especial interesse em comprar tais coisas, mas só cuscar ( como boa portuguesa) o que lá havia… o que causava um certo desconforto a mim e aos lojistas que se sentiam tão observados como um ET seria se me aparecesse à frente!
Para quem já viu muitas coisas na vida… uma Padreco's Town é sem dúvida uma das coisas a acrescentar ao currículo de viajante! Se Milão é a capital da moda, Roma é a capital da moda para o mundo religioso! Ao pé do Panteão de Roma ali está o paraíso terreno de todos os fashion victim do mundo religioso. Era uma encruzilhada de ruas cheias e exclusivas a roupa religiosa! Estava por lá imensos padrecos e freiras e monges e alguns ( poucos) inflitrados de máquina fotográfica na mão assim como eu!
Ali vê-se tudo o que se possa imaginar, um paraíso para quem acha que ser padreco e freirinha não é estar fechado para o mundo! Afinal ser-se religioso não significa andar enfadonho e com roupa sempre igual! Vi uma loja para padrecos que devia ser a Maria Gambina lá da zona. Prendi a minha atenção numa toga roxa e com riscas cor de rosa e as mais diversas tonalidades de lilás e azul para padres mais atrevidos e excêntricos. Não reparei se havia calçado a condizer, mas umas All Start roxas ficavam ali bem, garantidamente! Uma mochila East Pack às flores também podia ser que combinasse e era a loucura da paróquia!
Imagino que um padreco que se vista assim, pelo menos pela novidade, tem a missa de domingo sempre cheia! As beatas a cortarem na casaca ( ou melhor dizer na toga do senhor prior da freguesia) e os “ criativos” todos à perna a darem voltas a cabeça esgazeada onde ele terá comprado algo tão à frente que mais parecia saído de umas das lojas da moda do bairro alto!
Para os mais conservadores havia uma espécie de Chanel padreca / ou para freirinhas com roupa mais conservadora e com toques de classe, com muitos dourados à mistura e bordados rocóco.
Um padreco que lá compre roupa vai feliz da vida para a freguesia lá de terriola com togas diferentes do dito “ normal”…. e melhor que tudo, com roupas abençoadas pelo Papa! É de meter inveja a qualquer padreco cinzentão e sim: está no top da moda religioso!
As freiras que observei andavam loucas entravam em loja e saiam loja à procura quem sabe do último modelo lá da zona. Nem a Zara tem clientes tão entusiastas como aquelas ruas tinha. Á volta das montras a observarem, a verem preços e a fazerem contas a vida!Via-se camisas, sapatos, saias, casacos e outros acessórios tudo a condizer e para a nova estação.
Não sei se há saldos para a roupa eclesiástica… mas a freira é uma mulher como as outras logo, gosta sempre de roupa. É uma suposição evidente, pelo menos para mim.
E talvez os padres que lá frequentem sejam com todo o respeito devido os “metrossexuais” do sítio que gostam de moda, frequentam o ginásio para abater a barriguita e se recusam a beber o vinho avinagrado que lhes impingem lá na paróquia.
Vendo bem as coisas é bastante inteligente haver esta miragem de lojas estando em Roma e com o Vaticano mesmo ao lado.
E se havia tantas e tantas lojas é decididamente porque havia mercado e pelo que vi compradores atentos as últimas tendências da moda aplicada a Igreja.
Não pesquisei, mas se calhar até vendem roupas dessas aos padres mais modernos e que gostam das novas tecnologias e que dominam tão bem o rato, como o hebraico e o latim. Para quem pensava que já não se viam padres modernos tive uma enorme surpresa ao passear-me naquelas ruas.
Talvez o novo Papa tenho aberto o precedente dos vícios ( O papa FUMA) aos padrecos e às freiras e via-os ali a fumarem como uma descontracção, sem estarem escondidos em becos como os putos do ciclo atrás do ginásio da escola. Via-se a comerem Pizza e gelados pela ruas sem o mínimo sintoma de arrependimento e do “ pecado da Gula”e com sacos das lojas nas mãos.
Os putos poderão cravar aos novos padrecos cigarros, as freiras poderão comentar entre elas ou então com as adolescentes os últimos gritos da moda e serem féis aos seus princípios inteiramente dedicados aos outros e seguindo os pressupostos de Deus.
Talvez aquelas ruas em Roma se alarguem numa ou mais avenidas. Talvez se exportem a ideia dos Padreco’s Town para outras cidades, países e continentes e quem sabe não é… um passaporte para a evangelização dos novos tempos.
3 comentários:
qd for lá peço-te a morada exacta! ;)
Maria, e os italianos??
Nunca me passou pela ideia que em volta do Vaticano podesse existir toda um indústria da moda....muito fashion.
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