quinta-feira, 1 de março de 2007

Scusata ma ti chiamo amore ( parte I- Introdução)

Depois uma pequena ausência cheguei a Portugal com saudades do que deixei! Se Roma tem uma cor é laranja, sem dúvida! Carregada de laranjeiras, praças por todo o lado e inúmeras aceleras que parecem doidas pela cidade parecendo ignorar o restante trânsito e o código da estrada. Tudo ali é em grande desde a beleza da própria cidade, ao tamanho das pizzas individuais maiores que as nossas familiares e da enormidade de sabores de gelados que nos provocam duvidas existências.

Falam alto, exprimem-se muito com as mãos e têm um espírito brasileiro misturado com tudo o que a Europa tem de bom. Falham redondamente na pontualidade e uma ida a um restaurante pode levar horas até que finalmente nos tragam a comida e a conta!

O que faz a diferença de uma cidade são os pormenores! Roma é uma cidade com particularidades que a fazem especial.

Não há pressa, a cidade gira a um ritmo infernal, mas eles são lentos no trato quotidiano, mas com uma simpatia tão rasgada que faz qualquer um se render a tanta simpatia e achar até isso pitoresco, como que nos estivessem a dizer: “ Apreciem isto! Com calma!” Ninguém os pode levar a mal: em “Roma sê Romano” e isto tem aqui muita verdade. Apreciar uma cultura implica fundir-se na mesma e não tentar impor a nossa.

A tarde há o culto de se passear nas praças ( plazzas), faz-se uma vida virada para a sociedade e para o social. È a hora da “ passegiata”.Enquanto em Portugal todos se enfiam nos cafés, em Roma as praças gigantescas e proporcionalmente belas convidam qualquer um a apreciar a beleza da cidade sem hora marcada de regresso a casa. Famílias inteiras reúnem-se com toda a serenidade e despreocupação. Por isso houve quem designasse este país assim como Espanha com as “ sociedades da vergonha” em oposição às “ sociedades da culpa” do norte protestante. O culto das praças tem uma explicação histórica que é qualquer cornudo/ a , falido/a passeia-se demonstrando que a sua “honra” continua intacta mostrando –se indiferente a todos os boatos que lhe possam ser atribuídos .

A liberdade é demonstrada precisamente por essa despreocupação com as horas, é como uma recusa em planear o tempo e consequentemente o seu destino. Quem cumpre horários não é livre, e eles sabem viver essa liberdade em todo o seu esplendor.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mary vieste faschinada...fiquei com cruiosidade de conhecer...

Anónimo disse...

SOBRE OS CORNUDOS SE PASSEAREM NAS PRAÇAS ROMANAS, AGORA COMPREENDO PORQUE OS CENTROS COMERCIAIS ESTÃO SEMPRE CHEIOS.

Catarina disse...

que vontade me deu de ir lá também! andas boa miúda? Beijoss