As crianças têm um dom de fazerem perguntas que de tão simples se tornam complexas. “ o que te faz feliz?”. Esta é uma daquelas questões que raramente é feita por nós“ adultos” porque se calhar achamos que é uma perda de tempo e uma infantilidade perguntarmos essas coisas…. Como se a inocência tipicamente infantil permitisse reflectir na “ felicidade” e no alto do pedestal de adultos não…
Pensa-se horas a fio em assuntos da tanga, e quando se trata de olhar para “nós”, bem para além da imagem reflectida no espelho, há um descuido…o mesmo descuido o que leva as pessoas a não fazerem exames médicos… têm medo do que possam descobrir a partir daí. Ir ao médico? Para quê? Estou bem… não me dói nada!!! Pensar na Felicidade!! Para quê? Que Disparate!
Ao sermos confrontados com uma questão destas sorrimos enrascados… e respondemos…“Muita coisa”…. Na realidade não estamos preparados para responder a isto, porque nunca nos demos ao trabalho de pensar seriamente. Pelo menos não tanto tempo quanto gastamos a desviar-nos do que realmente interessa.
Crescer é em muitos sentidos um desaprender completo…Não nos questionamos muito, e deixamos de lado a fase dos “ porquês”, essa fase marca a fase infantil…e depois entramos na fase adulta marcada por verdades absolutas e inquestionáveis. Caminha-se em pontas de pés e bem devagar, para que não saia nada do lugar e nada se parta. Não vá nada partir-se e transformar-se em cacos.
Crescemos e vamos desaprendendo a ser afectuosos e a ser espontâneos. No limite somos “ treinados” para isso e somos cada vez mais contidos. E por isso, dar um abraço sem motivo nenhum àqueles que gostamos custa cada vez mais, dizer que se tem saudades é um sentimento de fraqueza porque fomos educados a despir os sentimentos e a sentirmo-nos estupidamente nus quando os mostramos e nos ornamentamos com eles.
Ser feliz no limite é reaprender, talvez…e só quando percebermos o seu significado real é que então conseguiremos dar uma resposta honesta à pergunta da criancinha
(“ o que te faz feliz?”). Eu cá, estou em reflexão, um dia dou uma resposta completa.
7 comentários:
O crescimento "formata-nos" para sejamos apenas racionais e deixemos o emocional de lado...os anos vão passando e damo-nos conta que o lado emocional foi ficando cada vez mais pequeno...a saudade torna-se sinal das nossas fraquezas, é algo que nos assusta e nos faz ter consciência que ainda sobrou algo de emocional..."O que me faz Feliz?!" também não tenho resposta imediata a esta questão, mas costumo dizer que a Felicidade é composta de pequenos momentos que nos fazem sorrir e ganhar forças para todos os outros...
Maria
O que te faz infeliz?
Tudo o resto é o que te faz feliz!!!
Teu protector
Cara engenheira rabodesaia,
Começo pelo princípio: o que me faz verdadeiramente feliz é o facto de estar vivo e de perceber que gosto de ser como sou e de ter a vida que tenho.
Como o conceito de felicidade absoluta, nesta existência física, não existe, contento-me em saber que posso ser feliz à minha maneira e deixar os outros gozar a respectiva felicidade à sua.
Se um dia encontrar a resposta para a S. questão final, não deixe que ela se evapore da S. memória... preserve-a! E, até que isso suceda, vá sendo feliz a cada dia que passa, sabendo que existirão tristezas pelo meio, mágoas, desencantos e outros sentimentos menos indicados para quem tem necessidade de ser feliz.
Porque cada um de nós tem uma incontrolável necessidade de ser feliz e o exemplo inicial que deu foi, também ele, muito feliz, já que as crianças são, por natureza, felizes e conseguem descobrir o caminho para a felicidade mesmo em sítios onde nós, adultos, não a encontramos, por mais que tentemos.
Se calhar, nunca deixar de ser criança é capaz de ser um bom caminho para a felicidade pessoal de cada um de nós... sabe-se lá!!!!
A minha, como é óbvio, está já aqui ao lado, é uma garrafita de reserva que me deixa completamente descontrolado de todo, o coração salta-me do peito, os suores frios percorrem-me o rosto, todo eu tremo só de estar perto dela... não há dúvida, é ela a única capaz de me fazer agora feliz!!!! Será que tem irmãs gémeas????? Acho que sim... pelo menos vejo ali ao fundo umas duas dúzias de caixas delas!!!!
Hic Hic Hurra
Quando vamos crescendo, tornamo-nos cada vez mais exigentes connosco próprios.. se aos 5 anos um carrinho nos faz feliz, com a idade que tenho hoje... sinceramente não sei.. o conceito de ser feliz pode ser tão simples ou tão vasto, que me é difícil neste momento definir o que me traria "felicidade", na verdadeira essência do termo.
Vou reflectir sobre a situação e quando tiver uma resposta convicta (se é que alguma vez terei), entrarei em contacto.
Amiga RaboDe Saia, Eng.ª,
(ainda estou curioso em saber se é mini, acima ou abaixo do joelho, comprida... a saia, entenda-se)
Não discutindo a sua análise ao tema, cuidada e curial, como sempre, deixo apenas uma interrogação (e porque já percebi que gosta destas coiss da filosofia, porventura barata):
- Não terá V. Exa. caído no engano que tão acertadamente critica no post ao complicar a coisa?
Talvez que a criança que temos por perto e que nos faça a pergunta nos esteja a dar simultaneamente a resposta...
Já com o S. protector não posso concordar, se bem que apresenta um caminho habilidoso e sempre fácil: definir o desconhecido por antinomia daquilo conhecemos.
E já agora, porque não «A felicidade é a ausência de tristeza»?...
Acordei, virada do avesso! Deve ser do casório que me leva para o sentimento...
deve ser isso....ou a falta de sono, ou o excesso de doces e de pinga que me levou a entrar por um tema secante:O que é a felicidade? Por Amor de DEUS!!!! Mas agora deu-te para o existencialismo? Daqui a pouco estás a colocar a tua existência em duvida, não??
Please maria!!
Deu-te para a filosofia de feira?? ( obrigado inspector, por me abrir os olhos!)
Depois de um fim-de-semana de arromba venho para aqui mandar bitaites sobre a criancinha que me perguntou " o que te faz feliz?"... por favor!!!
Se fosse num dia normal pensaria: "Oh criancinha...tenho sono...neste momento fazia-me feliz se não me obrigasses a pensar, porque me doi a cabeça... mas podes sempre ir perguntar á mamã!!!"
Não lhe disse nada... a minha educação conteve-se... disse-lhe que lhe dizia um dia ...e mesmo assim... visto de longe pareceu-me o episódio belo!
E o acúcar na cabeça a fermentar á pala dos doces do casório fez-me chegar a casa e pensar...nisso, a felicidade....
Pois bem... felicidade naquele momento seria dormir umas horitas, mal cheguei a casa ... e deixar de ouvir Tony Carreira nos casamentos... poderia ser um bom começo!
Ps: Mas foi boa a reflexão apesar de tudo;)Seja qual tenha sido o motivo;)
Ps2: Quanto ao tamanho da saia, é sempre de acordo com a ocasião.
Gostei do post...estava a puxar para o emocional em detrimento do racional...mas porque razão temos de ser sempre racionais?!!!
Os casórios têm o poder de nos por a pensar em certo e determinado tipo de coisas...no "meu casório" não houve tony carreira, os noivos conseguiram substituir a música pimba por brasileira e todos dançam e ninguém se importa...
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