O poeta é um fingidor, disse um dia Pessoa. O nosso Tio Alberto é também um fingidor nato, com um “savoir fair” acumulado e uma noção de política da velha guarda. Faz parte da “ old school” com um discurso inflamado, encenado e prova bem que a moda clean da política ali, na sua “ ilha” não pega.
A sua política é feita no local, no meio da praça, à porta da Igreja, das escolas, dos estádios de futebol, é feita com inaugurações diárias de ruas, estátuas, estradas, e o que mais se lembrar, é feita com festas para o povo, com comidinha e regada de vinho e com Marco Paulo. Sabe bem que mandar uma flechadas para o “ continente” e polir o seu povo resulta, sabe bem que falar da Madeira é falar de si, e falar se si... é falar da Madeira. Ele sabe bem o que é a Política e sabe fazê-la à “ sua maneira”, para “ a sua gente”.
Sabe bem que de falinhas mansas e caldinhos de galinha é coisa de meninos. Ele é uma “ versão de Carmem Miranda” à Madeirense, uma espécie de “ Aladin” que sabe bem polir a sua lâmpada mágica e extrair daí os seus desejos e usá-los e multiplicá-los à sua mercê. O Tio é uma espécie de qualquer coisa enquanto o Carnaval da Madeira existir e a sua imaginação também.
O Tio não se mascara apenas durante a época festiva, mas consegue reencarnar durante um ano inteiro no papel de vilão, de herói, de vítima , humano e por fim de político conforme o público que assiste a peça que representa. Nestes últimos tempos declarou guerra cerrada à outra trupe, do campo vizinho os “ camisetas rosas” .
O Derby entre a vizinhança era um encontro esperado, fruto do orgulho ferido entre os “ banalaranjas” e os “ camisetas rosas” , por causa do corte do Orçamento na ilha das bananas. O Tio Alberto revoltou-se e novamente “reencarnou” mais um dos seus papeis e desta vez em ponta de lança ... atirou bem certeiro não uma bola, mas uma “ banalaranja” azeda, prometida e esperada bem directinha para o fundo da baliza dos “ camisetas”. A banalaranja é um fruto raro Madeirense que é ao mesmo tempo laranja ou banana. Sendo que a laranja simboliza o partidarismo (PSD), e a banana o regionalismo madeirense. Quando está em causa o futuro madeirense une-se o partidarismo ao regionalismo e surge ...a banalaranja do Tio.
O Tio Alberto ganhou o jogo inevoquivocamente e agora reencarnando desta vez em Político falou em “ Democracia” em “ vontade popular” em “ Portugal” na altura do discurso da vitória. Mostrou-se um Político, com os conceitos do “Bê- à-bá” bem estudados, com um discurso matreiro e certeiro, aproximando-se de um discurso político clean ( claro que um clean à Jardim)e direccionado ao seu alvo...os “ camisetas Rosas” e ao respectivo capitão de equipa. A banana pequena da ilha talvez seja uma fraude... talvez estejam a ser plantadas em série "banalaranjeiras" cujo fruto é vendido interesseiramente e à vontade do Tio Alberto.
5 comentários:
Tiveram imensa piada estas eleições...como se todos inclusivé o tio Alberto Jony não soubessem quem ia ganhar...fez-se publicidade às banalaranjas e tal... umas festas, umas inaugurações, uns cantores pimba...e agora vai-se dançar o bailinho para o "contenente"...
FOSTE BRILHANTE NESTE ARTIGO.CONTINUA.PARABENS.BJ.DIANA
Cara Engenheira,
Resumindo: a laranja da Madeira, apesar de tantas vezes espremida, ainda dá o mesmo tipo de sumo, desde que a máquina seja o Bananaman (a versão masculina da Bimby)!
Hic Hic Hurra
Acho que "Adalberto Jony" foi muito espero, ou não fosse ele o Rei do Carnaval da Madeira. A sua jogada foi de mestre. A pretexto de uma asfixia nas contas da Madeira e com a nova Lei dos mandatos, ele resolveu interromper o ciclo legislativo e ao vencer desta forma expressiva, manter-se-á no cargo por mais 4 anos. Ora "Mr. Garden" já no decurso da sua campanha, veio alertar que não governaria sem maioria, o que até argumenta em favor desta tese que aqui defendo. Assim sendo e com nova maioria, que secou a rosa, A.J. vai poder governar à sua maneira, mantendo os "colonialistas" bem longe, aqui no "contnente" e continuando a usufruir dos milhões do offshore madeirense...Sim, isto porque os milhões das bananas já eram, até porque a Madeira é hoje turismo e não a frutaria da metrople!
Vizinha engenheira,
Continuo à espera do jantar! Dado que não temos nenhuma Bimby, poderiamos ir a um bodégon, de 1ª classe, com um tintinho especial de corrida...como sabes primo pela qualidade...hehe
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