sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Pussy Riot




A primeira vez que ouvi falar das Pussy Riot foi porque fizeram umas macacadas numa igreja Ortodoxa contra o governo e foram presas. Elas, como milhares de adolescentes que vemos no Youtube diariamente, fazem tudo por alguns minutos de fama. A nós calhou-nos na rifa um tal de Hélio que ficou “famoso internacionalmente” porque o medo é uma cena que não lhe assiste e isso valeu-lhe um passaporte para a Casa dos Segredos. Aos russos saiu-lhes as Pussy Riot que, graças a um vídeo, tiveram direito a um passaporte para a fama mundial e a uma legião de admiradores.

A história poderia ficar por aqui mas atingiu ainda proporções mais estapafúrdias quando hoje li uma notícia de que as meninas foram nomeadas para o prémio Sakharov, o galardão com que o Parlamento Europeu reconhece mérito na luta pela defesa dos direitos humanos. Oi? O mesmo que ganhou Nelson Mandela e Xanana Gusmão. Pois, está certo!

Por isso, enquanto é consensual que o Hélio é só um gordo estúpido e se espetou contra uns arbustos, as opiniões dividem-se quantos às punkers Russas. Para uns, são uma heroínas e símbolo de liberdade, para outros, como eu, acho que foram só um fruto do acaso e só são umas miúdas idiotas que fizeram tudo para ter uns minutos de fama. Não acredito que tiveram fortes convicções políticas quando foram para a igreja berrar palavras de ordem contra o governo. Não acredito que tivessem que ir precisamente para a igreja fazer figurinhas ridículas, profanar um sitio de fé. Não, foram para provocar e por isso são apenas e simplesmente parvinhas com uma sede inesgotável de protagonismo. Ditou o destino, juntamente com a ingenuidade do governo Russo, de fazer daquelas jovens já com idade para ter juízo, umas mártires, ao condená-las e isso foi o motivo de tanta popularidade. De desconhecidas passaram a ser conhecidas por todo o mundo, não por serem umas excelentes cantoras, porque não o são, mas porque são umas mártires do sistema. Até a Madona decidiu dar destaque às meninas a pedir a sua libertação.

O mais irónico é que há semanas atrás saiu um filme polémico sobre Maomé e houve centenas de feridos e um embaixador americano foi assassinado. Aqui, o argumento é não se pode brincar com a religião e ficou tudo indignado com o filme! Houve manifestações em todo o mundo de indignação pela falta de respeito pelo Profeta, foram queimadas bandeiras americanas e foi derramado muito sangue à conta de um filme amador. Agora, umas miúdas vão para uma igreja Ortodoxa insultar o governo e Deus e ainda são nomeadas para uma prémio pela luta dos direitos humanos! Tivessem elas ido para uma Mesquita berrar as mesmas coisas e a conversa teria sido diferente. Ou estarei enganada?

Nota: Consegui lixar o tipo de letra todo ao alterar o template do blog.Quem souber uma fórmula qualquer para padronizar o tipo de letra neste blog mande comentário, mensagem facebook, sinais de fumo, qualquer coisa! Isto está horrível!

1 comentário:

Buh disse...

A questao é que mandarem prender umas muidas por causa de uns disparates que disseram numa igreja se calhar diz mais sobre quem as mandou prender. Tal como os cartoons, o problema nao está em quem os desenhou...